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Autor relembra 'Xica da Silva' e diz que emissora queria atriz branca

Walcyr Carrasco publicou texto em que fala de Taís Araújo e racismo

Autor relembra 'Xica da Silva' e diz que emissora queria atriz branca
Notícias ao Minuto Brasil

22:00 - 01/12/17 por Notícias Ao Minuto

Fama Depoimento

O dramaturgo Walcyr Carrasco escreveu um texto para a revista "Época" em que relembra a novela "Xica da Silva", que fez sucesso na TV Manchete há 20 anos, homenageia a atriz Taís Araújo e fala sobre racismo. O autor divulgou o texto em seu Instagram neste domingo (26).

Walcyr lembrou que a Manchete resistiu em ter uma protagonista negra em "Xica da Silva". "A ideia inicial da emissora era botar uma branca que tomasse muito sol", afirmou.

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"Eu e o genial diretor Walter Avancini (já falecido) insistimos: uma heroína negra deveria ser protagonizada por uma negra. Simples assim. Vencemos", referindo-se a Taís Araújo, que foi a primeira negra, no mundo, em um papel-título de novela. "Interpretou maravilhosamente. Um sucesso, tornou-se uma estrela", disse Walcyr.

O autor ainda disse que a personagem de Erika Januza em "O Outro Lado do Paraíso" passará por uma "grande reviravolta". Segundo o site Na Telinha, Raquel, empregada doméstica de Nádia (Eliane Giardini) que foi demitida e humilhada por ser negra e pelo relacionamento com Bruno (Caio Paduan), filho da patroa, voltará após dez anos como uma juíza.

Quando fui escrever Xica da Silva, para a extinta TV Manchete, há 20 anos, a ideia inicial da emissora era botar uma branca que tomasse muito sol. Eu e o genial diretor Walter Avancini (já falecido) insistimos: uma heroína negra deveria ser protagonizada por uma negra. Simples assim. Vencemos. @taisdeverdade foi a primeira negra, no mundo, em um papel-título de novela. Interpretou maravilhosamente. Um sucesso, tornou-se uma estrela. Os 20 anos se passaram. O movimento negro avançou, ainda bem. A sociedade finge não ter preconceito. Na prática, tem. ⠀⠀⠀ Machado de Assis, talvez o maior autor da literatura brasileira, era afrodescendente. Há outra grande autora, mais recente: Carolina Maria de Jesus. Catadora de papel, publicou Quarto de despejo em 1960. Um sucesso na época. O livro é intenso, verdadeiro. Há negros geniais em todas as áreas da cultura nacional. Já ouvi que a defesa dos direitos dos afrodescendentes exagera. Muitas vezes leio críticas à política de cotas. Fazer o quê? Sem elas, o acesso à universidade continuará vedado. Não só aos negros. Também não vi nenhum indígena nos restaurantes. Há radicalismos? Há outro jeito, se existem brancos radicais em suas opiniões e preconceitos? Na novela, haverá uma grande reviravolta da Raquel, personagem da @erikajanuza. Espero que na sociedade também aconteça o mesmo. ⠀⠀⠀ PUBLICADO ORIGINALMENTE NA @revistaepoca #walcyrcarrasco

Uma publicação partilhada por ᴡᴀʟᴄʏʀ ᴄᴀʀʀᴀsᴄᴏ (@walcyrcarrasco) a Nov 25, 2017 às 4:59 PST

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