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MPRJ denuncia por racismo policiais que agrediram jovem em shopping

O episódio ocorreu no início de agosto no Shopping Ilha Plaza no Rio de Janeiro

MPRJ denuncia por racismo policiais que agrediram jovem em shopping
Notícias ao Minuto Brasil

06:13 - 10/12/20 por Notícias Ao Minuto Brasil

Justiça Tribunal

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou por racismo dois policiais que agrediram jovem em um shopping center na zona norte da capital fluminense. Se a denúncia for aceita e ambos forem condenados, a pena prevista é de um a três anos de reclusão. O episódio ocorreu no início de agosto no Shopping Ilha Plaza.

Na denúncia, o Ministério Público diz que Matheus Fernandes é um jovem negro de 18 anos que trabalha fazendo entrega de alimentosencomendados por meio de aplicativos de celular e que costuma atender clientes de restaurantes do próprio shopping. No dia do ocorrido, o jovem tinha ido trocar um relógio que comprou na Renner e foi abordado pelos policiais militares Gabriel Izaú e Diego da Silva, que o acusaram de ter furtado produto. Matheusfoi forçado a deixar a loja, imobilizado e teve uma arma de fogo apontada para sua cabeça.

O MPRJ sustenta que os policiais militares levantaram a suspeita de furto em razão da cor de pele do jovem. Imagens gravadas pelas câmeras de segurança da Renner e por celulares de clientes registraram a abordagem e também as agressões. De acordo com o Ministério Público, a ação truculenta e arbitrária somente foi interrompida devidoà aglomeração depessoas, quecobraram a liberação do jovem.

A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa de Gabriel Izaú e Diego da Silva. Segundo o MPRJ, os dois policiais militares alegaram, em depoimento na Polícia Civil, que o jovem levantou suspeitas porque estava com um boné que fazia menção a um dos antigos líderes do tráfico de drogas de uma favela da região. Disseram ainda que ele também aparentava esconder uma arma sob suas roupas.

Para o MPRJ, tal narrativa não se sustenta. Um vigilante do shopping center que presenciou a abordagem também foi ouvido nas investigações e disse que, ao indagar os policiais sobre o motivo da ação, nenhuma menção foi feita ao boné e à suposta arma. Eles teriam dito apenas que verificavam uma suspeita de furto. Por sua vez, o jovem afirmou que desconhecia o significado dos símbolos do boné e que já o tinha usado outras vezes para ir ao Ilha Plaza.

No depoimento, os policiais tambémdisseram que são colaboradores da empresa de consultoria em segurança que presta serviço ao shopping. Em nota, o Ilha Plazainformouque, logo após o episódio, cancelou o contrato com a empresa por entender que houve quebra de protocolo e violação das regras firmadas. "Repudiamos veementemente qualquer ato discriminatório e violento e adotamos medidas para contribuir com a luta antirracista, entre elas a criação de um Comitê Consultivo de Diversidade", diz o texto.

A Renner, por sua vez, enfatizou que não compactua com qualquer forma de violência e discriminação. Em nota, a Renner reiterou que os policiais não têm nenhuma ligação com o estabelecimento. "As investigações confirmaram que a Renner não teve qualquer responsabilidade em relação ao episódio, tendo em vista que os denunciados trabalhavam para uma empresa contratada pelo Ilha Plaza. A Renner é uma marca que valoriza a diversidade, que se inspira na igualdade, na pluralidade e no respeito", acrescenta a nota.

Com informações da Agência Brasil

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