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Polícia prende homem branco por furto de bicicleta após donos acusarem jovem negro

O caso ganhou grande repercussão porque os donos do veículo acusaram falsamente um jovem negro pelo crime

Polícia prende homem branco por furto de bicicleta após donos acusarem jovem negro
Notícias ao Minuto Brasil

18:15 - 17/06/21 por Folhapress

Justiça Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A polícia prendeu um homem branco suspeito de ter furtado a bicicleta elétrica de um casal no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, no último Dia dos Namorados (12). O caso ganhou grande repercussão porque os donos do veículo acusaram falsamente um jovem negro pelo crime.

O instrutor de surf Matheus Ribeiro, 22, esperava a namorada em frente ao shopping do bairro com sua própria bicicleta elétrica quando foi questionado sobre o sumiço pela professora de dança Mariana Spinelli e pelo designer Tomás Oliveira, que são brancos. Ele denunciou o casal por racismo.

O real suspeito é Igor Martins Pinheiro, 22, preso preventivamente no fim da tarde desta quarta-feira (16) quando saía do prédio onde morava com a mãe e o irmão em Botafogo, também na zona sul, segundo o jornal O Globo. Ele possui 28 anotações criminais, 14 por furto a bicicletas.

No apartamento, os agentes da 14ª delegacia (Leblon) acharam a bermuda que ele usava no momento do crime e ferramentas supostamente usadas nos furtos, como um alicate. Procurados, a assessoria da Polícia Civil e a delegada responsável, Natacha Alves de Oliveira, ainda não confirmaram as informações.

Os investigadores chegaram ao suspeito principalmente pela filmagem de uma câmera de segurança. As imagens mostram o jovem parado na esquina, disfarçando e olhando em volta antes de arrombar o cadeado, subir na bicicleta e sair pedalando entre os carros, em ação que dura pouco mais de um minuto.

O caso repercutiu rapidamente nas redes sociais. Na publicação que viralizou, Matheus Ribeiro diz que aguardava na rua quando um jovem perguntou: "Você pegou essa bicicleta ali agora, não foi?", e a namorada falou: "É sim, essa bicicleta é minha".

Ele afirma ter tentado provar que a bicicleta era dele, com fotos antigas e a chave do cadeado. O casal só recuou na acusação depois de não ter conseguido abrir o cadeado da bicicleta com a chave que tinha. O rapaz então pede desculpa diversas vezes e alega que "não estava acusando, só estava perguntando".

"São coisas que encabulam o racista. Eles não conseguem entender como você está ali sem ter roubado dele, não importa o quanto você prove", escreveu Ribeiro. "Ela não tem ideia de quem levou sua bicicleta, mas a primeira coisa que vem à sua cabeça é que algum neguinho levou."

O instrutor de surf, nascido no Complexo da Maré, registrou um boletim de ocorrência por racismo na segunda (14) na mesma delegacia, que fica em frente ao shopping. A polícia ouviu o jovem e o casal, que afirmou que a bicicleta furtada era idêntica à de Ribeiro.

Ambos foram demitidos de seus empregos após a repercussão do caso e até o momentos não se manifestaram publicamente. Tomás Oliveira era designer na papelaria Papel Craft e Mariana Spinelli era professora do estúdio de dança Espaço Vibre, que publicaram comunicados em suas redes sociais.

Em entrevista ao RJ2, da Globo, na terça-feira (15), Ribeiro disse que "não quer dar ênfase só para o seu caso". "Toda vez que acontecer isso com algum negro, que ele se sinta forte o suficiente para denunciar, para botar a cara, para mostrar e falar que isso não é certo. A gente não vai aceitar isso", declarou.

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