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Estudante é encontrado morto em escola ocupada no Paraná

Adolescente de 16 anos foi golpeado com um faca por um colega, após uma discussão, segundo informações da Secretaria da Segurança

Estudante é encontrado morto em 
escola ocupada no Paraná
Notícias ao Minuto Brasil

18:01 - 24/10/16 por Folhapress

Justiça Curitiba

Um adolescente de 16 anos foi morto em uma das escolas estaduais ocupadas em Curitiba, no Paraná, na tarde desta segunda-feira (24). A vítima foi assassinada por outro colega, de 17 anos, que também estava na ocupação do Colégio Estadual Santa Felicidade.

Segundo a Secretaria da Segurança, os dois se desentenderam após terem usado uma droga sintética, "balinha", dentro do colégio. Eles partiram para o confronto e Mota foi atacado com uma faca de cozinha, na altura do pescoço.

O autor do ataque, que pulou o muro e fugiu, foi abordado pela polícia horas depois e, segundo o governo, admitiu o crime. Ele foi apreendido e deve responder por homicídio - o tempo de internação é de três anos.

Logo ap+os o crime, policiais militares e civis foram para o Colégio Estadual Santa Felicidade, a fim de realizar interrogatórios para apurar o que aconteceu. Somente os pais do aluno e de alguns outros estudantes foram autorizados a entrar.

"Esse colégio estava numa verdadeira paz", disse a professora Loren Júlia, 45, que dá aulas de português na escola e visitou a ocupação nas últimas semanas. "Tem todas as regras na entrada. Um cartaz em frente ao colégio diz: Proibido artigos ilícitos dentro da instituição. Favor deixar na portaria. Não resista", completou.

Cerca de 800 escolas estão ocupadas no Paraná por estudantes que protestam contra a reforma do ensino médio. O colégio em que a morte ocorreu está ocupado há cerca de 20 dias. Um grupo de advogados que trabalha voluntariamente para as ocupações reclamava que estava impedido de entrar na escola. Eles afirmam que alunos estão sendo ouvidos sem a presença de um defensor.

"É Estado de exceção; Estado policialesco", disse a advogada Tânia Mara Mandarino. "Esse colégio não tem faca, não tem armas. A culpa dessa morte é do governo do Paraná, que esta incitando a violência contra as ocupações", completou.

Nessa linha de acirramento com os manifestantes, o governador Beto Richa (PSDB) lamentou a morte do estudante em uma rede social e disse que ela merece "uma profunda reflexão da sociedade".

Tânia Mara Mandarino ainda disse que outras escolas tiveram tentativas de confronto por manifestantes contrários às ocupações. "O resultado está aí: temos um cadáver", afirmou a advogada.

OCUPAÇÕES

As ocupações em escolas paranaenses começaram no início de outubro em protesto contra a medida provisória do governo Michel Temer (PMDB) que prevê a reforma do ensino médio.

A medida prevê a flexibilização do currículo, com disciplinas optativas, nas redes pública e particular. Também visa incentivar a expansão do ensino integral. Uma das principais polêmicas envolveu a retirada da exigência de artes, educação física, filosofia e sociologia nessa etapa do ensino. O governo diz, porém, que elas estarão contempladas, já que a Base Nacional Comum Curricular, que ainda está em discussão, dará essas diretrizes.

A movimentação estudantil no Paraná se soma a uma greve dos professores do ensino básico e das universidades do Estado. Os docentes reagem ao pedido oficial do governador Beto Richa (PSDB) à Assembleia Legislativa do Paraná para que os deputados estaduais aprovem mudanças em uma lei condicionando o reajuste salarial anual à "comprovada disponibilidade orçamentária e financeira". Com informações da Folhapress.

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