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Promotoria do Rio troca equipe de investigação da morte de Marielle

Crime que ocorreu há pouco mais de cinco meses continua sem solução

Promotoria do Rio troca equipe de investigação da morte de Marielle
Notícias ao Minuto Brasil

20:16 - 21/08/18 por Folhapress

Justiça sem solução

A partir do dia 1º de setembro será trocada toda a equipe de promotores do Ministério Público do Rio que atuava na investigação do assassinado da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL). Pouco mais de cinco meses após o assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes, o crime continua sem solução e as autoridades decidiram silenciar sobre o caso. 

Nesta terça-feira (21), após reunião com o comando da intervenção federal na segurança pública do Rio, o procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo Gussem, afirmou que o promotor responsável pelo caso, Homero Freitas, está de saída das investigações em razão de uma promoção na carreira. Ele passará a atuar como procurador de Justiça –que são os profissionais do Ministério Público que atuam na segunda instância da Justiça estadual.

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Em seu lugar assumirá a promotora Emily Letícia, que decidiu substituir toda a equipe de cinco pessoas (seis, se considerado o promotor responsável) que trabalhava há cinco meses no caso. O procurador-geral de Justiça explicou que a promotora tem autonomia para escolher sua equipe, mas não revelou os motivos para a troca completa.

A promotora indicou que irá incluir no caso o Caeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado), que atua no Rio principalmente na investigação aos grupos milicianos. Uma das linhas de investigação  aponta a participação de grupos milicianos com apoio de políticos locais na morte da vereadora.

Um segundo grupo do Ministério Público, o CSI (Coordenadoria de Segurança e Inteligência), também irá entrar na investigação. O procurador-geral de Justiça não informou quantos servidores do Ministério Público passarão a atuar exclusivamente no caso. 

A promotora que passa a responder pelas investigações do crime não participou da reunião da cúpula da segurança pública no Rio, ocorrida na tarde desta terça no Centro Integrado de Comando e Controle, no centro do Rio. Atualmente, a Divisão de Homicídios da Polícia Civil é quem lidera as investigações. 

Na semana passada, quando o caso estava prestes a completar 150 dias sem respostas, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, declarou que a Polícia Federal poderia assumir o caso. A fala gerou mal estar na cúpula da intervenção federal, decretada em fevereiro passado. O general Walter Braga Netto, nomeado interventor, tem sob seu comando as polícias, bombeiros e setor penitenciário do Rio. 

Nos bastidores, a fala do ministro foi interpretada como uma crítica velada às investigações em curso. No mesmo dia da declaração, o Gabinete de Intervenção afirmou que a Polícia Federal já estava atuando no caso Marielle. 

O procurador-geral de Justiça disse nesta terça-feira que uma mudança no comando das investigações só poderia ocorrer caso o general interventor solicitasse algo do tipo ao governo federal. Ainda segundo ele, a PF atuou no caso Marielle com apoio técnico principalmente na fase de perícias. 

Egresso do Ministério da Defesa para ocupar a recém-criada pasta da Segurança Pública, Jungman deixou de ter influência direta sobre os militares, mas passou a comandar a Polícia Federal e a Força Nacional, que migraram do ministério da Justiça para a pasta da segurança pública. 

As divergências entre Jungmann e o general interventor Walter Braga Netto ficaram claras quando, na semana passada, o ministro ordenou que cerca de 140 agentes da Força Nacional que davam apoio às ações da intervenção deixassem o Rio.

A ordem gerou desgaste com os generais que comandam a intervenção que, segundo a Folha apurou, só souberam da medida quando ela foi publicada no Diário Oficial da União. 

Enquanto as autoridades protagonizam disputas políticas, a família de Marielle continua sem proteção do estado. Na segunda-feira (20), após reunião da família de Marielle com o gabinete de intervenção, a irmã da vereadora Daniele Franco declarou que a família continua a sofrer ameaças relacionadas ao caso nas redes sociais. 

A família reiterou na última segunda pedidos de proteção oficial ao estado. Segundo Daniele, o general Richard Nunes, que comanda a secretaria de Segurança Pública do Rio, teria prometido providenciar segurança à família. 

Os generais que comandam a intervenção não falaram com a imprensa na saída da reunião desta terça. Com informações da Folhapress. 

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