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Onda de roubos e arrastões assusta estudantes da zona sul de São Paulo

Polícia já identificou três criminosos que fazem arrastões nos ônibus utilizados pelos alunos do Senac

Onda de roubos e arrastões assusta estudantes da zona sul de São Paulo
Notícias ao Minuto Brasil

12:39 - 25/11/18 por Folhapress

Justiça Violência

Estudantes de instituições na zona sul de São Paulo estão sendo alvo de bandidos a caminho da escola ou da faculdade ou na volta para casa. Arrastões em pontos de ônibus e roubos são comuns em qualquer hora do dia.

Em Santo Amaro, os alunos do Senac afirmam que assaltos são frequentes em pontos de ônibus em frente à unidade, na avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, e também dentro dos coletivos, dia e noite. Há ainda casos de universitários que são assaltados quando vêm ou vão para a estação Jurubatuba da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

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Segundo as vítimas, uma mulher e dois homens são os responsáveis pelos arrastões nos pontos e nos ônibus e outros quatro suspeitos, em duas motos, atacam quem está a caminho da unidade.

Há três semanas, o Senac criou uma área para que os alunos esperem os ônibus em frente à instituição.

No Jardim Lucélia, no Grajaú, as vítimas são os alunos e funcionários da Escola Estadual Professor Eurípedes Simões de Paula, na rua Maria Pape. Os crimes acontecem nos horários de entrada e saída dos alunos tanto na rua do colégio como no ponto do ônibus, a menos de cem metros do local, na avenida Carlos Barbosa Santos.

Adalberto Alves Moreira, delegado titular do 85º DP (Jardim Mirna), responsável pela área, afirma que não há registros de assaltos na rua da escola e no local do ponto de ônibus. Ele atribui isso à subnotificação. "As vítimas têm medo de denunciar e reconhecer os suspeitos", diz. Neste mês, 108 roubos foram registrados na área que a delegacia atende.

O fato de as vítimas não procurarem a polícia fez um aluno do Senac criar uma campanha nas redes sociais incentivando o registro de BOs. Em Santo Amaro, houve aumento de 16% nos roubos de janeiro a setembro deste ano em relação a 2017.

SUSPEITOS

O 99º DP (Campo Grande), que atende a área de Santo Amaro, afirmou por meio de nota que já identificou três criminosos que fazem arrastões nos ônibus utilizados pelos alunos do Senac.

"Estão sendo procurados pela equipe, que está em contato com a direção da faculdade e as demais forças de segurança", disse a delegacia, da gestão Márcio França (PSB).

A Polícia Militar disse que realiza operações em Santo Amaro desde setembro, "com enfoque" nos ônibus que transportam universitários. Afirmou que no dia 17 prendeu dois suspeitos de fazer arrastões em pontos de ônibus da região. Em setembro, outros dois já haviam sido presos, de acordo com gestão França. O centro universitário não se manifestou.

Sobre as ocorrências no entorno da escola do Grajaú, a Secretaria da Segurança Pública, também da gestão França (PSB), disse em nota que a PM faz patrulhamento ostensivo e preventivo na região.

A pasta afirmou ainda que os policiais mantêm "contato constante com a comunidade escolar e buscam ampliar as ações feitas na região por meio da Ronda Escolar".

A Secretaria Estadual da Educação, da gestão França, afirmou por meio de nota que a direção da escola solicitou à Polícia Militar reforço de policiamento no entorno da unidade, principalmente a partir das 18h.

ASSALTADA DUAS VEZES

"Às vezes, os policiais não aparecem. Alegam que há outras escolas no bairro e o efetivo não dá conta do atendimento", afirma uma funcionária da escola Professor Eurípedes Simões de Paula, no Grajaú, que pediu para não ser identificada.

Ela diz que sua filha foi assaltada duas vezes no mesmo dia no ponto de ônibus onde acontecem arrastões com frequência, a menos de cem metros da escola. "A polícia a orientou andar pela rua com um pedaço de pau nas mãos", diz a servidora.

Recentemente, um grupo de estudantes foi vítima de arrastão no mesmo local. Segundo relato de um dos alunos, foram roubados oito telefones celulares.

"Essa onda de assaltos acontece faz tempo. Não sabemos o que fazer. Estamos dentro da escola estudando e, ao mesmo tempo, pensando como será o retorno para casa. Já solicitamos a presença de policiamento nos arredores, mas isso não acontece. Os funcionários e alunos pedem socorro. A situação já saiu do controle", diz um estudante. Segundo as vítimas, geralmente os assaltos são cometidos por adolescentes.

ANDAR JUNTOS

O professor Agnaldo Antônio dos Santos, 46 anos, do curso de pós-graduação de Controladoria de Finanças do Senac de Santo Amaro, afirma que orienta seus alunos a andarem "em bando" quando vão à estação Jurubatuba, além de não ficarem dentro de carros, fora de estacionamentos particulares. "É muito arriscado ficar na rua sozinho", afirma o professor.

Ele lembra do caso do estudante de design gráfico Jordi Kawakami Fores, 27, que foi morto com dois tiros no rosto ao reagir a uma tentativa de assalto, em frente ao Senac, em 2015.

Por causa da sensação de insegurança, o estudante de redes de computadores Daniel Casillo, 30, usa aplicativos de transporte para ir da universidade até a estação e vice-versa. "Prefiro fazer isso do que me arriscar pegando ônibus ou esperando nos pontos", diz.

Outro estudante, que pediu para não ser identificado, disse que no último dia 14 foi vítima de um arrastão, por volta das 8h, quando seguia para o Senac, dentro de um ônibus. "Dois homens e uma mulher levaram celular e carteiras meus e de mais umas 20 pessoas", disse. Com informações da Folhapress.

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