Meteorologia

  • 28 MARçO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Cientistas testam com sucesso vacina contra câncer agressivo da pele

O estudo foi publicado na revista científica britânica Nature Nanotechnology e animou cientistas e pacientes

Cientistas testam com sucesso vacina contra câncer agressivo da pele
Notícias ao Minuto Brasil

21:00 - 10/08/19 por Notícias Ao Minuto

Lifestyle Cancro

Cientistas luso-israelitas testaram com sucesso uma vacina contra o melanoma metastático, um câncer agressivo de pele que se dissemina por outros órgãos, tendo aumentando a sobrevivência de ratinhos em laboratório, o que pode ser promissor para travar a doença.

O estudo, coordenado em Portugal pela investigadora Helena Florindo, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, foi publicado na revista científica britânica Nature Nanotechnology.

A vacina experimental foi usada em ratos com melanoma metastático, um tipo de câncer em que os doentes respondem pouco à imunoterapia (tratamento em que são ativadas as células do sistema imunológico para combater o tumor).

No caso, a equipe de Helena Florindo, em parceria com um grupo de trabalho da Universidade de Tel Aviv, de Israel, criou uma vacina capaz de "treinar" o sistema imunológico para reagir contra marcadores biológicos das células tumorais e destruir apenas estas células, evitando efeitos adversos em células ou órgãos saudáveis (como acontece com a quimioterapia).

A cientista explicou à Agência Lusa que a vacina tem na sua composição um açúcar simples (manose) e uma sequência de dois péptidos (frações de proteínas) que está presente nas células de melanoma.

A vacina não vai atuar no tumor, mas nas células dendríticas, que fazem parte do sistema imunológico, que protege o organismo contra agentes invasores.

Segundo Helena Florindo, estas células "vão reconhecer a vacina e torná-la visível" a outras células do sistema imunológico, os linfócitos T, que desempenham um papel fundamental na autodestruição de células cancerígenas.

No fundo, as células dendríticas "vão mostrar" às células T que "é contra esses péptidos [inoculados na vacina] que têm de reagir", informou a investigadora da Universidade de Lisboa.

Na experiência que fez com ratinhos com melanoma metastático, a equipe de cientistas descobriu que a vacina só funciona na prática se, em paralelo, for administrado um remédio, o 'ibrutinib', que vai travar a função das células imunossupressoras, células que inibem a resposta imunológica do organismo e que os investigadores detectaram nos tumores dos roedores em associação com a diminuição de linfócitos T.

Os roedores que receberam como tratamento três doses de vacina - uma dose por semana - em combinação com imunoterapia para o melanoma mais agressivo e a droga 'ibrutinib' mantinham-se vivos em 70% dos casos ao fim de dois meses.

Em contrapartida, os ratinhos que só foram sujeitos a imunoterapia combinada com a droga sobreviveram em 20% das situações decorrido o mesmo tempo e os vacinados e tratados em simultâneo com imunoterapia continuaram vivos apenas em 7% dos casos.

Os animais que não receberam qualquer tipo de tratamento morreram passados 28 dias.

Antes de testarem o efeito terapêutico da vacina nos ratinhos doentes, os cientistas verificaram o seu efeito profilático, quando os roedores foram vacinados antes de desenvolverem um câncer agressivo: metade dos animais sobreviveram "durante um longo tempo" após terem recebido igualmente três doses da vacina experimental, combinada com imunoterapia contra o melanoma metastático.

Num próximo passo, a equipe científica, que pretende patentear a vacina e produzi-la à escala industrial para a testar novamente em animais e depois em humanos, vai estudar as implicações da vacina no câncer de pâncreas, cujos doentes têm uma sobrevida "muito baixa".

Receba dicas para uma vida melhor!

Moda e Beleza, Férias, Viagens, Hotéis e Restaurantes, Emprego, Espiritualidade, Relações e Sexo, Saúde e Perda de Peso

Obrigado por ter ativado as notificações de Lifestyle ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Brasil Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório