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Com hormônios à flor da pele, adolescente requer rotina no confinamento

Essa rotina favorece ainda um reforço da individualidade quando estamos todos obrigados a conviver 24 horas por dia.

Com hormônios à flor da pele, adolescente requer rotina no confinamento
Notícias ao Minuto Brasil

17:45 - 27/03/20 por Folhapress

Lifestyle CORONAVÍRUS-QUARENTENA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Se o confinamento com crianças já não é nada fácil, o que dizer dos adolescentes, com hormônios à flor da pele, naquela fase da vida em que não há nada mais chato do que ficar com a família?

Respirem, pais e filhos, porque será preciso encarar o conflito de gerações enquanto fugimos do coronavírus. E, que os psicólogos estejam certos, tudo isso terá um lado bom. O que fazer então para tornar esta viagem menos turbulenta?

Conselho básico: diálogo. Nem sempre é fácil, todo mundo sabe disso, estabelecer uma conversa entre pais e filhos, pois agora teremos que aprender na marra. Normalmente pensamos em como falar da situação com as crianças e superestimamos a capacidade dos adolescentes em entendê-la. Eles terminam por ficar perdidos entre tantas informações que recebem pelas redes sociais, o que aumenta a angústia.

"É preciso cuidar da triagem do que eles estão lendo e assistindo. Entender como estão vendo o momento, se acham que é grave ou não e tranquilizá-los em relação à situação da família. Claro que estamos todos angustiados e podemos dividir isso com eles, mas a troca de ideias é uma forma de acolher", diz Max Teixeira, psicólogo que atende jovens em São Paulo e agora passou a realizar sessões virtuais.

Se a relação estiver em um momento muito conflituoso, é hora de colocar as cartas na mesa: "Os pais podem dizer: 'Ok, sabemos que não estamos tão bem uns com os outros, mas vamos conseguir passar melhor por isso se nos unirmos", explica Teixeira.

É importante que os adolescentes se sintam parte do enfrentamento à crise. "Não é hora de afastá-los. Eles precisam se sentir úteis, isso pode minimizar a angústia. Se tentarmos protegê-los, só terão a sensação do desconforto de estarem presos."

O psicólogo sugere que eles participem de questões do dia a dia, ajudem a tomar decisões, e também tentem amparar familiares e amigos remotamente.

Criar uma rotina é o melhor, ainda que ela deva ser flexível. E eles têm que participar da decisão de como os horários serão organizados. "Nestes tempos em que tudo parece desorganizado, a rotina traz conforto, segurança, e os ajuda a se sentirem produtivos, o que também reduz a ansiedade. Hora para estudar, para comer, para jogar, para se socializar com os amigos pelas redes sociais", afirma Teixeira.

Psicopedagoga e consultora educacional, Fernanda Oliveira também defende a rotina, em especial para dar conta da novidade do ensino a distância. "Montar com eles uma rotina é uma forma de acolher. Mas é importante que ela não seja engessada, que não vire um cabo de guerra e mais um elemento de pressão. E, a cada dia, a rotina pode ser revista com eles, também de acordo com os novos acontecimentos", orienta. "Também dependerá de como as escolas vão se organizar, se haverá ou não aulas ao vivo. Mas é bom demarcar horários, traz uma estrutura de que estamos precisando."

Essa rotina favorece ainda um reforço da individualidade quando estamos todos obrigados a conviver 24 horas por dia. "Isso pode conciliar o trabalho dos pais com o estudo dos filhos, um respeitando os horários dos outros", afirma Oliveira. "A palavra rotina pode ter um sentido negativo, mas não nesse caso. Ela ajuda a nortear."

Teixeira diz que até as áreas da casa podem ser delimitadas: "Quem usa esse quarto, a sala, a cozinha etc. Isso ajuda a evitar uma convivência caótica".

E, claro, é preciso cuidar do clima da casa, ele tem que ser mais afetivo do que nunca. "Estar em casa nem sempre significa se sentir acolhido e temos de atentar para isso ou o adolescente buscará esse conforto nas redes sociais, o que nem sempre é bom. Que esse contato presencial obrigatório nos faça estar de fato conectados com os familiares, ouvir os que estão ao nosso lado, nos preocupar com o que sentem."

Se formos por aí, passado o furacão, os psicólogos acreditam que os adolescentes sairão da experiência mais maduros, capazes de ressignificar os momentos difíceis, de ter mais empatia e, ainda que continuem por um bom tempo jurando que os pais são as piores pessoas do mundo, saberão o valor desse amor mais forte que coronavírus.

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