O uso indiscriminadode bebidas isotônicas, destinadas a esportistas, pode estar causando prejuízos à saúde para adolescentes e para crianças que têm ingerido a bebida sem restrições.

É o que conclui uma pesquisa britânica, realizada pela Universidade de Cardiff, que aponta que crianças e adolescentes estão correndo o risco de ficar com dentes enfraquecidos ou desenvolver obesidade, pois as bebidas isotônicas, usadas para reparo do corpo antes e após a realização de exercícios, contém alto teor de açúcar.

A pesquisa entrevistou 160 crianças de quatro escolas no sul do País de Gales, entre 12 e 14 anos, e descobriu que 68% dos inquiridos confessaram usar o produto uma vez por semana. Outro dado importante é o de que grande parte dos pais não sabiam que as bebidas não deveriam ser oferecidas a crianças.

Segundo o G1, a Faculdade de Odontologia da Universidade de Cardiff, que publicou a pesquisa, concluiu que o sabor adocicado, preço baixo e disponibilidade são os principais fatores para consumo desse tipo de bebida.

O resultado da pesquisa vem alarmando as autoridades, principalmente porque 25% das crianças adquiriu isotônicos em locais de recreação.

"O propósito das bebidas isotônicas está sendo mal compreendido e esse estudo mostra evidências claras de que crianças em idade escolar estão sendo atraídas por essas bebidas de alto teor de açúcar e baixo nível de pH (ácido), que levam a um aumento no risco de cáries, desgaste do esmalte dos dentes e obesidade", afirmou Maria Morgan, pesquisadora de saúde pública focada na questão odontológica.

"Bebidas isotônicas são destinadas a atletas que estão participando de eventos esportivos intensos e de resistência. Elas também estão ligados à deterioração dos dentes em atletas e devem ser usados sob a orientação de dentistas e equipes médicas que cuidam desses atletas", disse Paul Jackson, presidente da FSEM

"Água ou leite são suficientes para hidratar crianças ativas. Bebidas isotônicas para esportes com alto teor de açúcar não são necessárias para crianças nem para a maioria dos adultos", conclui Jackson.