Recentemente a Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou na revista científica Pediatrics as primeiras diretrizes sobre os cuidados necessários com piercings e tatuagens em adolescentes e jovens adultos (pode consultá-las, em inglês, aqui).

Para facilitar a tarefa, com a ajuda da edição norte-americana da revista Cosmopolitan, destacamos os principais pontos deste relatório com diretrizes para pais, adolescentes e jovens adultos. Eis 11 fatos que você precisa saber:

1. As lojas de tatuagens e piercings assumem os 14 anos como idade mínima para que um jovem possa fazer uma tatuagem ou piercing, exigindo também uma autorização dos pais. Geralmente, só a partir dos 18 anos é que estas manipulações podem ser feitas sem a autorização dos pais.

2. Querer fazer uma tatuagem ou um piercing não significa que é 'bad boy'. A AAP cita estudos antigos que sugeriam que os adolescentes com tatuagens eram mais propensos a envolver-se em comportamentos de risco como o consumo de álcool e drogas, a violência ou o porte de armas. No entanto revela que essa ligação é menos consistente hoje em dia.

3. Muito provavelmente ter uma tatuagem ou um piercing não vão lhe impedir de ter um emprego. O relatório da AAP aponta que a porcentagem de pessoas que pensa que as tatuagens mostram uma propensão para um comportamento ‘desviante’ está em declínio.

4. Sim, já é possível remover tatuagens, mas não deve pensar nisso quando fizer uma. As técnicas de remoção de tatuagens não devem ser vistas como uma solução fácil para uma tatuagem má ou da qual se arrepende. As tatuagens devem continuar a ser vistas como algo permanente. Até porque a sua remoção é difícil, dolorosa, demorada e cara.

5. Apesar de poderem surgir problemas, a taxa de complicações com tatuagens é bastante baixa. Apesar de os números não serem conhecidos, a AAP revela que "com o grande número de tatuagens que são feitas todos os dias e poucos relatos de complicações de clientes tatuados, a taxa é provavelmente baixa".

6. As infecções acontecem e deve conhecer os sinais de alerta. Falar com as crianças e os adolescentes sobre tatuagens como se fala de sexo ou dos riscos de andar de bicicleta sem capacete pode ajudar a prevenir muitos dos casos de infecção, que pode surgir devido a tinta ou agulhas de tatuagem contaminadas, à desinfecção inadequada da pele que vai ser tatuada ou a lesões durante o processo de cicatrização. Os investigadores revelam que as infeções geralmente surgem entre quatro e 22 dias após a tatuagem ser feita. O seu tatuador deve alertá-lo para os sinais e dar-lhe informações sobre o que fazer.

7. Para o umbigo, um piercing curvo (pequena barra de ferro curvada) provavelmente é mais confortável do que uma argola. Os pesquisadores dizem que além de mais confortável, este tipo de piercing também reduz o risco de infecção e de cicatrizes num umbigo. Isto porque as argolas demoram mais para sarar porque estão sempre em contato com itens como roupa.

8. Ainda que a boca esteja cheia de bactérias, as taxas de infecção em piercings na língua e nos lábios são bastante baixas. O uso de elixir bocal pode ajudar a reduzir o risco de infecção. Como a língua incha depois do piercing, recomenda-se que inicialmente use um piercing com uma barra mais longa, no entanto, depois de sarada deve mudar para uma barra mais curta para reduzir os danos nos dentes e nas gengivas.

9. Brincos ou piercings muito pesados podem rasgar a pele. Não há como combater a gravidade! Optar por intercalar brincos mais pesados com brincos leves e curtos pode ajudar a manter os furos bonitos e a pele no lugar.

10. Apesar de geralmente os piercings serem seguros, muitos adolescentes conhecem alguém que já teve uma reação adversa. Que pode passar por uma hemorragia anormal ou quelóides.

11. Nunca, mas mesmo nunca deixe que um amigo lhe fure um piercing ou faça o furo em alguém. Apesar de não faltarem tutoriais na internet, há inúmeras coisas que podem correr mal. Tendo em conta o preço reduzido dos piercings e furos, simplesmente não vale a pena o risco.