Sempre que você compra um kit de alisamento ou vai a um cabeleireiro, é feito o tão famoso “Teste de Mecha”. Este teste é fundamental para garantir o sucesso da transformação do cabelo e, principalmente, para prevenir problemas após o uso do produto, que podem ocasionar o corte químico.

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“O corte químico pode ocorrer quando o cabelo já passou por tratamento com algum produto químico incompatível com o princípio ativo do Sfera – que é fabricado com o Tioglicolato. Este princípio ativo é incompatível com outras químicas de produtos para cabelo, como Guanidina, Sódio e Lítio, que hoje estão presentes em vários produtos comercializados no mercado por diversos fabricantes, e também em alguns tipos de coloração e descoloração capilar, e até em escovas progressivas. Por isso o consumidor precisa verificar a composição do produto antes de usar e anotar para lembrar o que já utilizou em seu cabelo.”, afirmou o cabeleireiro Sylvio Rezende.

Segundo o químico responsável da Nazca Cosméticos, Sérgio Carinhato, os produtos incompatíveis com os alisantes à base de tioglicolato são as Tinturas permanentes, descolorantes, Henê, Henna, Alisantes à base de hidróxidos e produtos que contenham sais metálicos. “Todos estes possuem ativos com incompatibilidade química ao princípio ativo tioglicolato” descreveu Sérgio. Outro ponto muito importante a ser destacado para os usuários de alisantes é que, após a realização dos testes de toque (para prevenir alergia) e o de mecha, o processo de alisamento ocorre em dois momentos e o usuário precisa estar atento a esse processo: “a primeira etapa, é a do alisamento, realizada pela aplicação de um creme contendo o tioglicolato. Ele promove a quebra nas ligações dissulfídicas dos fios do cabelo, que são as estruturas químicas dos fios do cabelo. A segunda etapa é a de neutralização. Ela é realizada por meio da aplicação de uma loção neutralizante contendo peróxido de hidrogênio, um composto com pH ácido, que neutraliza e interrompe a ação do tioglicolato. Esta fase é importantíssima e fundamental neste processo, pois do contrário, o produto continua agindo no cabelo e pode provocar danos.”, explicou.

Testar antes é fundamental, mas a aplicação correta também

Para obter uma transformação bonita e segura, é importante que os consumidores façam os testes e as duas etapas de aplicação, com atenção e obedecendo ao tempo de permanência do produto nos cabelos conforme prevê o passo a passo do produto, descrito na bula. “O maior risco do uso dos alisantes capilares é a quebra total dos fios de cabelo por conta da pessoa não seguir corretamente os passos do teste de mecha e a aplicação correta de uso de acordo com as instruções do fabricante. Cumprindo essas etapas, o produto é seguro e muito eficaz. E também é interessante ressaltar a diferença entre os alisantes à base de tioglicolato, que são menos agressivos do que os alisantes à base de hidróxidos, pois estes últimos tem um pH muito alcalino e podem agredir o couro cabeludo”, descreveu Sérgio.

Outra informação importante é o tempo de pausa entre as aplicações no cabelo, que deve ser de no mínimo 90 dias entre uma aplicação e outra. “Ao voltar a usar o alisante, o consumidor também só deve aplicar na parte crescida do cabelo, isto é, somente um retoque de raiz deve ser feito e não se deve aplicar na parte já alisada, tendo em vista que a parte alisada não necessita de um novo alisamento”, completou o químico.

Confiar no fabricante também é importante. “Observar quem é o fabricante é muito importante para saber a procedência do produto que está utilizando. No caso da Nazca Cosméticos, nossos alisantes passam por rigorosa avaliação da ANVISA e só podem ser comercializados após essa aprovação. Durante os processos de fabricação a Nazca controla em cada lote todos os parâmetros físico químicos que são exigidos para garantir a qualidade do produto final”, conclui.

Para o cabeleireiro Sylvio Rezende, o grande truque do Teste de Mecha é o usuário separar uma mecha de cerca de 3 cm de largura, na parte alta e lateral da cabeça e observar bem as reações que o produto provoca no cabelo. “Cada pessoa tem um cabelo com uma estrutura diferente. Então é importante estar atento às características do seu cabelo e como ele vai se comportar com a aplicação do produto. O teste deve ser feito pelo menos dois a três dias antes da transformação, para que o usuário tenha tempo de observar as reações no cabelo. Após a aplicação do produto na mecha separada, o correto é o cabelo ir aos poucos ficando alongado conforme a pessoa penteia aquela mecha em intervalos de 5 minutos até o período total do tempo de aplicação do produto previsto na bula, mas sem ficar elástico. Se os fios da mecha ficarem elásticos ou quebradiços, significa que os cabelos não estão em condições para a transformação.”, reforçou Sylvio.

Outra observação importante do cabeleireiro é que hoje em dia, muitas vezes as pessoas fazem químicas diferentes em áreas diferentes do cabelo. “O ideal é fazer o teste de mecha em mais de uma mecha no cabelo, selecionando, portanto, uma na parte lateral, como já foi dito, mas também uma mecha na parte da frente e superior da cabeça e outra na nuca, para ter total segurança”, explicou.

E ainda lembra que, se o usuário tiver qualquer dúvida sobre o resultado do teste de mecha, deve procurar um profissional cabeleireiro para ouvir sua opinião: “o teste poderá ser conferido em pequenas mechas do cabelo, o que é muito menos problemático do que ter uma transformação mal sucedida no cabelo todo, ou ainda pior, causar algum dano durador ao cabelo”, concluiu Sylvio.