Conheça a dispraxia, transtorno que afeta o ator de Harry Potter
A dispraxia é uma incoordenação motora, resultado de uma dificuldade na realização de uma sequência de movimentos
© REUTERS / Mario Anzuoni (Foto de arquivo)
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O ator Daniel Radcliffe, que interpretou Harry Potter nos cinemas, admitiu publicamente que sofre de dispraxia. Trata-se de um distúrbio neurológico associado com falta de coordenação. Em entrevistas, ele revelou que na infância tinha dificuldades de, por exemplo, amarrar os sapatos e ainda enfrentou tempos difíceis na escola por ter um péssimo desempenho.
Segundo a psicopedagoga e psicomotricista do Instituto NeuroSaber Luciana Brites, a dispraxia é uma incoordenação motora, resultado de uma dificuldade na realização de uma sequência de movimentos. “É uma disfunção no cérebro”.
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Ela comenta que essa disfunção não pode ser vista ou identificada por meio de exames, como o eletroencefalograma, ou ressonância magnética, já que essas alterações ocorrem em nível celular. “A dispraxia compromete muito as atividades motoras causando prejuízo na qualidade de vida e nas atividades do dia a dia.”
A psicopedagoga diz que o transtorno pode ser identificado quando os pais ou professores notam que determinada criança ou adolescente não consegue ou tem dificuldade de executar atividades comuns no dia a dia como, por exemplo, comer, tomar banho ou se vestir sozinha.
"Há diferentes níveis desse transtorno. O que irá distinguir será a gravidade do quadro. Ou seja, quanto maior for o prejuízo para a qualidade de vida do sujeito, maior é a gravidade", relata.
Ainda de acordo com Luciana, pais e professores podem ajudar as crianças dando mais tempo para realizarem atividade motoras como escrever, além de estudar mais sobre o assunto. “Nesses casos, deve-se primar pela qualidade ao invés da quantidade de tarefas. É preferível pedir para escrever menos e sair bem do que escrever muito e ficar ruim”.
"Por não ser uma doença, a dislexia não tem cura. Porém, com intervenções pode-se melhorar o quadro, principalmente se for detectado cedo", diz.
De acordo com a profissional, o tratamento deve incluir estimulação psicomotora por um psicomotricista ou terapeuta ocupacional, além de acompanhamento médico. Sobre medicação, ela explica que a dispraxia pode ser o transtorno principal ou ser uma comorbidade.
"Há casos que a dispraxia pode vir acompanhada de um outro problema, como Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A medicação auxilia muito nesses casos, pois quando melhora o quadro de TDAH os problemas motores também melhoram", conclui.