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Vargas Llosa considera situação na Venezuela "um desastre"

O prêmio Nobel da Literatura 2010 garantiu que "os espaços de liberdade diminuem todos os dias" na Venezuela

Vargas Llosa considera situação na Venezuela "um desastre"
Notícias ao Minuto Brasil

12:25 - 12/06/15 por Notícias ao Minuto Brasil

Mundo Nobel

O escritor peruano Mario Vargas Llosa considerou hoje que "a situação da Venezuela é um desastre" e afirmou que "o país está a desfazer-se devido a políticas completamente demagógicas, irresponsáveis e antiquadas".

Vargas Llosa fez estas declarações à margem de uma reunião em Alicante (sul de Espanha) da Fundação Biblioteca Virtual Miguel Cervantes, por ocasião do 15.º aniversário da instituição.

O prêmio Nobel da Literatura 2010 garantiu que "os espaços de liberdade diminuem todos os dias" na Venezuela.

"Na prática, as liberdades de imprensa e de crítica desapareceram e a repressão contra a oposição piora todos os dias, como pode verificar o antigo chefe do governo espanhol Felipe González, que foi maltratado de forma vergonhosa", afirmou.

"Creio que é preciso saudar o gesto de Felipe González de ir apoiar, com a sua presença, uma oposição que está a ser cada vez mais maltratada por um governo que perdeu - penso - todo o apoio popular que chegou a ter em algum momento", disse Vargas Llosa.

O antigo primeiro-ministro espanhol chegou no domingo a Venezuela e partiu na terça-feira sem ter sido autorizado a visitar o dirigente da oposição Leopoldo López, que se encontra preso. González presta assessoria para a defesa no julgamento que estava marcado para quarta-feira.

Segundo o advogado Juan Carlos Gutiérrez, González pediu autorização para visitar Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, e o ex-presidente da Câmara Municipal de San Cristóbal, Daniel Cellabos, presos em cadeias diferentes.

Felipe González também não foi autorizado a assistir, como integrante do público, ao julgamento de Leopoldo López.

Em greve de fome há 16 dias, Leopoldo López, de 42 anos, foi acusado pelas autoridades venezuelanas de "incitamento à desordem pública, associação criminosa, atentados à propriedade e incêndio", na sequência das manifestações de contestação à política da Presidência de Nicolás Maduro, que terminaram em violência.

Daniel Ceballos cumpre 12 meses de prisão por "desacato", por não ter cumprido uma ordem judicial que obrigava ao desmantelamento de barricadas de manifestações da oposição em San Cristóbal.

O presidente da Câmara de Caracas, António Ledezma, de 59 anos, líder do partido Alternativa Democrática, é um dos principais dirigentes da oposição ao regime da Venezuela.

Detido a 19 de fevereiro pelos serviços secretos, Ledezma foi acusado, quase dois meses depois, a 07 de abril, de conspiração e associação criminosa.

As autoridades acusam-no de ter instigado à violência, no âmbito da iniciativa de protesto "A saída", e pela assinatura de um "acordo de transição", que é considerado, pelas forças do regime, parte de um plano para derrubar Nicolás Maduro.

António Ledezma encontra-se atualmente em prisão domiciliar, por motivos de saúde.

Na opinião do escritor, "todos os países democráticos, todos os partidos democráticos têm a obrigação moral de apoiar uma oposição que quer devolver à Venezuela a liberdade e a legalidade que atualmente (...) quase desapareceram".

Vargas Llosa considerou que existia uma solução democrática para a Venezuela.

"Se forem marcadas eleições legislativas", que sejam, "graças à pressão internacional, realmente livres, não há qualquer dúvida que o apoio ao governo será mínimo e que os partidos da oposição ganharão", declarou.

"Isso ia devolver pacificamente a liberdade à Venezuela", concluiu Vargas Llosa.

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