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Rumo à COP-25 Greta diz que nenhum país faz o suficiente pelo clima

A ativista ganhou notoriedade justamente por aderir a uma greve voluntária das aulas de sua escola, todas as sextas-feiras, em protesto contra as mudanças climáticas

Rumo à COP-25 Greta diz que nenhum país faz o suficiente pelo clima
Notícias ao Minuto Brasil

22:00 - 03/12/19 por Folhapress

Mundo COP-25

LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - Os 21 dias que passou velejando entre os Estados Unidos e a Europa não parecem ter desmotivado a ativista sueca Greta Thunberg, 16. A adolescente desembarcou em Lisboa nesta terça-feira (3) mandando um recado para autoridades de todo o mundo: "Nenhum país está fazendo o suficiente em relação às mudanças climáticas", disse ela.

A capital portuguesa foi a porta de entrada da jovem na volta ao continente europeu após uma temporada nos EUA. Daqui ela parte para a Espanha, onde será um dos destaques da COP-25 (Conferência Mundial do Clima da ONU), em Madri.

"Nós vamos para a COP-25, em Madri, e vamos continuar a luta por lá, para garantir que, dentro daquelas paredes, as vozes das pessoas sejam ouvidas", disse Greta, pouco após desembarcar.

"Eu e os outros ativistas do clima não vamos parar. Continuaremos a viajar, continuaremos a pôr pressão sobre pessoas com poder no mundo para garantir que elas priorizem o ambiente", afirmou.

Greta Thunberg disse esperar que, durante a conferência do clima, as pessoas que estão no poder "escutem os cientistas" e "compreendam a emergência da situação".

"Os que estão no poder têm de dar ouvidos à ciência. Não cabe a nós, crianças e adolescentes, apresentar qualquer tipo de plano", afirmou.

Questionada sobre tentativas de criminalização de ativistas ambientais - como uma afirmação sem evidências de que o ator Leonardo di Caprio estaria ligado a incêndios na Amazônia - a jovem disse que este tipo de comportamento é a maior prova de que o trabalho desses indivíduos está dando certo.

Viagem

"Não é exatamente recomendável cruzar o Atlântico nesta época do ano. Foi uma viagem bem cheia de aventuras", disse Riley Whitelum, comandante do catamarã "La Vagabonde", que transportou Greta até a Europa.

A opção por seguir viagem por via marítima aconteceu por questões ambientais. A ativista sueca não anda de avião devido à poluição gerada pelo combustível das aeronaves.

Enquanto na Europa Greta pode se deslocar com facilidade de trem, foi preciso encontrar alternativas que a permitissem sair do continente. Em setembro, ela desembarcou em Nova York para um encontro sobre ambiente nas Nações Unidas a bordo de um barco eco friendly.

O retorno à Europa acabou precisando ser adiantado devido às mudanças na COP-25. A conferência deveria ter acontecido no Chile, mas foi transferida para Madri com menos de dois meses de antecedência devido aos protestos no país sul-americano.

Questionada sobre suas escolhas de viagem, notoriamente caras e inacessíveis à maior parte da população, a ativista disse que não quer impor suas escolhas a ninguém.

"Eu não estou viajando desta forma porque eu quero que todos façam isso, mas é para transmitir uma mensagem de que a sustentabilidade é possível. Há alternativas possíveis, eu não estou dizendo a ninguém o que fazer", afirmou.

Greta disse que aproveitou o tempo em alto mar para descansar e recarregar as energias antes de retomar a agenda na COP-25. A adolescente foi recebida por centenas de pessoas, incluindo muitos jovens ativistas, ainda nas docas onde o catamarã ancorou. Por conta da maré baixa e do vento desfavorável, a chegada acabou atrasando cerca de quatro horas.

No comitê de boas-vindas, muitos traziam cartazes contra viagens de avião ou com pedidos de justiça climática. Várias mensagens também alertavam para a situação na floresta amazônica.

Greta decidiu adiar a partida para Madri, que deveria acontecer na noite desta terça, e ficar pelo menos dois dias em Lisboa. Ela garante, no entanto, que estará presente na marcha pelo clima da capital espanhola, na próxima sexta-feira.

A ativista ganhou notoriedade justamente por aderir a uma greve voluntária das aulas de sua escola, todas as sextas-feiras, em protesto contra as mudanças climáticas. 

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