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Líder xiita do Iraque apela a "manifestação de um milhão de pessoas"

Na sua mensagem, Moqtada Sadr apelou a uma "revolta iraquiana" e a uma "manifestação pacífica de um milhão de pessoas contra a presença norte-americana e as suas violações".

Líder xiita do Iraque apela a "manifestação de um milhão de pessoas"
Notícias ao Minuto Brasil

15:00 - 14/01/20 por Notícias ao Minuto Brasil

Mundo EUA-IRÃ

O líder xiita iraquiano Moqtada Sadr apelou hoje a uma grande manifestação para denunciar a presença militar dos Estados Unidos no Iraque, após o parlamento ter exigido a partida das forças estrangeiras. "O céu do Iraque e a sua soberania são violados pelas forças invasoras", afirmou na sua conta no Twitter. A declaração foi uma alusão aos Estados Unidos, que no início de janeiro assassinaram em Bagdad, num ataque feito com drones o general iraniano Qassem Soleiman e também Abu Mahdi al-Muhandis, vice-chefe da força iraquiana Comitê de Mobilização Popular (Al-Hashd Al-Sha'abi).

Na sua mensagem, Moqtada Sadr apelou a uma "revolta iraquiana" e a uma "manifestação pacífica de um milhão de pessoas contra a presença norte-americana e as suas violações", sem indicar uma data para o protesto.

O líder religioso xiita, também dirigente do exército al-Mahdi, braço armado do seu movimento, apoia uma aliança de partidos políticos com numerosos deputados no parlamento e assegurou que serão concretizadas "ações populares, políticas e parlamentares" que "preservem a dignidade e a soberania do Iraque".

Al-Sadr desencadeou a resistência armada contra os Estados Unidos após a invasão do Iraque em 2003 e já apelou aos combatentes do al-Mahdi a "estarem preparados" para voltarem a combater os norte-americanos.

O apelo de Moqtada Sadr surge num contexto de manifestações populares desencadeadas em outubro contra as autoridades iraquianas, acusadas de incompetência e corrupção, e o Irã, com crescente influência no país vizinho.

A contestação, iniciada em outubro e assinalada por violências e repressão das forças de segurança, provocou cerca de 460 mortos, na maioria manifestantes, e mais de 25.000 feridos.

Após a morte de Soleimani e Muhandis, os manifestantes estão dirigindo os protestos contra os Estados Unidos, cujos recentes ataques no Iraque ameaçam lançar o país num caos generalizado.

Em 05 de janeiro, o parlamento iraquiano exigiu a saída das tropas estrangeiras no terreno, onde se incluem atualmente cerca de 5.000 militares norte-americanos, e que as facções pró-iranianas denunciam como uma "força de ocupação".

Os manifestantes também pretendem reduzir a crescente influência do Irã, que foi contrário à morte de Soleimani com um ataque de mísseis dirigidos a duas bases militares no Iraque utilizadas por tropas norte-americanas.

No plano político, a classe dirigente ainda não obteve um consenso para designar o substituto do primeiro-ministro demissionário, Adel Abdel Mahdi, e do seu governo, que na atual conjuntura poderá permanecer no cargo até ao final do mandato.

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