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Bernie Sanders vence as primárias democratas em New Hampshire

Pete Buttigieg ficou em segundo lugar, com 25% dos votos nas primárias

Bernie Sanders vence as primárias democratas em New Hampshire
Notícias ao Minuto Brasil

08:30 - 12/02/20 por Folhapress

Mundo EUA

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O senador progressista Bernie Sanders venceu as primárias democratas em New Hampshire nesta terça-feira (11).

Com 92% das urnas apuradas, ele tinha 26% dos votos. Pete Buttigieg, centrista e ex-prefeito de uma pequena cidade de Indiana, ficou em segundo lugar, com 25%.

Antes mesmo do fim da apuração, a vitória de Sanders foi dada como certa de acordo com projeções dos principais veículos de comunicação dos Estados Unidos, incluída a emissora CNN e o jornal Washington Post.

O resultado consolida os dois candidatos como principais nomes da disputa do partido à Casa Branca e coloca o ex-vice-presidente Joe Biden, que aparecia em quinto lugar, em uma situação bastante difícil.

A surpresa da noite estava por conta da também moderada Amy Klobuchar, que figurava na terceira posição depois de ter abraçado o quinto lugar nas prévias de Iowa, na semana passada.

Ela tinha 20% e era seguida pela senadora progressista Elizabeth Warren, com 9%. Biden amargou somente 8%.

Com 2,8%, o empresário Andrew Yang anunciou ainda no início da apuração dos votos que desistira da corrida no seu partido.

O senador Michael Bennet (Colorado), que somava 0,3%, também desistiu da candidatura.

O cenário reorganiza o tabuleiro entre os democratas depois da caótica votação em Iowa, com problemas na apuração e as campanhas dos líderes Sanders e Buttigieg pedindo revisão dos resultados.

Ao contrário do caucus de Iowa, espécie de assembleia de eleitores na qual a votação se dá por aglomeração, as primárias em New Hampshire acontecem de maneira secreta e nas urnas, como em eleições convencionais.

O xadrez inicial desta terça mostra que Sanders se estabiliza como o nome progressista da disputa, enquanto Buttigieg se descola de Biden para tentar representar a ala dos moderados na corrida pela nomeação.

Os 24 delegados que estavam em jogo em New Hampshire irão -junto com outros quase 4.000- à convenção nacional democrata, em julho, para nomear o candidato da sigla na eleição contra Donald Trump.

Cada candidato recebe o número de delegados correspondente ao desempenho durante as primárias.

O senador por Vermont e o ex-prefeito de South Bend já haviam dividido a liderança nas prévias de Iowa e chegaram à votação desta terça com fôlego para cristalizar o bom desempenho da semana passada.

Biden, por sua vez, viu sua força diminuir nas pesquisas desde que amargou um quarto lugar em Iowa e agora precisa se superar nas primárias de Nevada e Carolina do Sul, que acontecem no fim do mês.

Nas pesquisas de Nevada, o ex-vice-presidente aparece em segundo lugar, atrás de Sanders com 20%, mas sua principal cartada é na Carolina do Sul.

Naquele estado os negros são muito representativos -30% da população- e o desempenho de Biden é expressivo entre esse eleitorado, que o identifica como vice de Barack Obama.

Segundo a média das pesquisas, Biden lidera na Carolina do Sul com 28%, seguido por Sanders, com 17%. Buttigieg tem apenas 6% no estado.

O ex-vice-presidente sabe que o ex-prefeito não consegue ampliar sua base, de maioria branca e mais velha, para jovens e negros, e vai apostar as fichas nesse fator para tentar se viabilizar como o nome moderado da sigla.

Prevendo um novo resultado pífio em New Hampshire, Biden viajou à Carolina do Sul e fez um discurso dizendo "não acabou, estamos apenas começando".

No entanto, analistas avaliam que, ao chegar enfraquecido à Carolina do Sul, após os resultados ruins em Iowa e New Hampshire, o bom desempenho de Biden entre negros pode não ser suficiente para segurar a preferência do partido nos levantamentos nacionais, nos quais ele ainda aparece como favorito, ao lado de Sanders, com cerca de 20%.

Além de derrotar Buttigieg, Biden precisa enfrentar o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, que corre por fora na disputa democrata, mas tem ganhado ritmo nas pesquisas.

O milionário entrou na corrida tardiamente e não participa das primárias de fevereiro, focando sua estratégia na Super Terça, em março, quando vários estados fazem as prévias ao mesmo tempo.

Especialistas ainda são céticos sobre a capacidade de Bloomberg de ser escolhido candidato, mas pesquisas nacionais o mostram em quanto lugar, com 11,2% -atrás de Biden, Sanders e Warren, mas à frente de Buttigieg.

Ele também despontou quando a pergunta é quem é mais capaz de derrotar Trump, a grande bandeira de Biden até aqui. Sanders e Bloomberg, porém, já tomaram esse posto do ex-vice-presidente.

Até a Super Terça, os candidatos ainda devem tentar mostrar capacidade de reação, porém, algumas peças podem ficar pelo caminho.

Com o embalo da candidatura de Sanders, por exemplo, a também progressista Elizabeth Warren perdeu tração. Ela disputa o mesmo eleitorado do senador e não tem conseguido ampliar seu nicho de apoiadores.

Ela pode tentar disputar a Super Terça, onde seu estado, Massachusetts, estará em disputa, ou desistir antes disso até por medo de perder em seu próprio reduto eleitoral.

A aposta é que, se deixar a corrida democrata, Warren declare apoio a Sanders e engrosse a divisão ideológica democrata.

Os dois defendem medidas como a taxação dos milionários americanos e saúde e educação grátis para todos.

Contrários à uma proposta de reestruturação do Estado, os moderados -liderados agora por Buttigieg, mas também com Biden, Bloomberg e Amy Klobuchar- falam em reparos para tirar os EUA da crise.

Apesar de ter tido desempenhos regulares em Iowa e New Hampshire, Klobuchar também não deve durar até julho e pode declarar apoio a um de seus colegas centristas.

Iowa e New Hampshire somam 65 delegados que vão à convenção escolher o candidato democrata. Depois de Nevada, com 36, e Carolina do Sul, com 54, a Super Terça vai colocar em jogo 1.344 delegados de 14 estados.

O escolhido precisa amealhar 1.991 dos 3.979 delegados no encontro nacional mas, antes disso, precisa convencer os eleitores de que pode unir os dois lados de um partido rachado se quiser derrotar Donald Trump.

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