Vaticano cria grupo para fixar regras sobre agressões sexuais

A Igreja, no entanto, não obriga os seus membros a relatar esses assuntos às autoridades judiciais do país em questão, exceto onde a lei local o exigir.

© .

Mundo Vaticano 28/02/20 POR Notícias ao Minuto

O Vaticano anunciou hoje a criação de um grupo de especialistas para ajudar conferências episcopais em todo o mundo a finalizarem regras para impedir agressões sexuais contra menores por membros do clero. A assinalar o primeiro aniversário da cúpula de presidentes de conferências episcopais mundiais, organizada em fevereiro de 2019 no Vaticano, a Santa Sé fez este anúncio às vítimas, que, no entanto, podem mais uma vez questionar a lentidão da Igreja em reagir.

PUB

O Papa já havia mencionado no evento do ano passado a criação de equipes móveis de especialistas para ajudar certas conferências e dioceses episcopais "sem meios".

Francisco pretendia acima de tudo pressionar os episcopados da Ásia e da África, por estas alegadamente se sentirem pouco preocupadas com os escândalos de agressões sexuais.

A promulgação dessas regras é solicitada em conferências episcopais desde 2011, mas o Vaticano não forneceu hoje nenhuma estatística sobre a quantidade de pedidos.

O padre Federico Lombardi, que coordenou a cúpula de fevereiro de 2019, afirmou que "apenas uma dúzia de conferências episcopais ainda não têm regras formais", principalmente em países que sofrem guerra ou pobreza extrema e onde isso não é considerado uma prioridade.

Um "vade-mécum" (Denominação para qualquer livro de referência de uso muito frequente e que instrui o leitor a cumprir determinadas tarefas) a especificar as medidas a serem tomadas em caso de suspeita de agressão sexual, outra promessa da cúpula, também será divulgado em breve para os episcopados de países que não possuem especialistas.

O grupo de especialistas anunciados hoje terá de ser chamado pelas conferências episcopais, inclusive para atualizar regularmente as suas regras.

O coordenador do grupo, Andrew Azzopardi, lembra que o conselho emitido por cada conferência episcopal deve abordar três pontos: como ouvir as vítimas, como formar os religiosos e leigos na prevenção e, finalmente, como agir no caso de uma alegação de agressão sexual pelo clero.

Essas regras não podem ser completamente uniformes para os bispos de todo o mundo, porque precisam levar em consideração as culturas e sensibilidades locais, explicou Lombardi.

Em dezembro passado, o Papa Francisco deu um passo importante ao levantar o segredo pontifício sobre a agressão sexual, que permite a entrega de documentos internos da igreja aos magistrados da justiça civil sobre denúncias ou julgamentos.

Em maio de 2019, a Igreja também alterou a lei canônica para tornar obrigatório denunciar qualquer suspeita de agressão sexual, assédio ou cobertura de tais agressões.

A Igreja, no entanto, não obriga os seus membros a relatar esses assuntos às autoridades judiciais do país em questão, exceto onde a lei local o exigir.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo TikTok Há 22 Horas

Adolescente descobre que seu melhor amigo era um ator contratado pela tia

brasil Rio Grande do Sul Há 21 Horas

Cão abraça perna de voluntária após ser resgatado em Rio Grande do Sul

esporte Schumacher Há 21 Horas

Família coloca relógios de Schumacher à venda: "Motivo é desconhecido"

fama Gracyanne Barbosa Há 21 Horas

Gracyanne vive em apartamento de 18m² em SP após separação de Belo

mundo EUA Há 20 Horas

Homem contrai bactéria 'comedora de carne' após caminhada na praia nos EUA

fama ANITTA-CANTORA Há 16 Horas

Após rejeição a música sobre candomblé, Anitta responde seguidores

esporte Luto Há 13 Horas

Boxeador britânico de 29 anos morre no ringue durante primeira luta oficial

brasil CHUVA-RS Há 14 Horas

RS terá geada terça (14) e quarta (15) e a volta da chuva na sexta-feira (17)

fama CAROL-NAKAMURA Há 18 Horas

Carol Nakamura rebate críticas por estar no Rio Grande do Sul

fama LUISA-MELL Há 17 Horas

Luisa Mell quebra duas costelas em resgates no Rio Grande do Sul