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Merkel e Macron esperam acordo "eficaz" sobre plano europeu

A Alemanha vai assumir a presidência da UE em 1º de julho.

Merkel e Macron esperam acordo "eficaz" sobre plano europeu
Notícias ao Minuto Brasil

21:30 - 29/06/20 por Notícias ao Minuto Brasil

Mundo plano de reconstrução

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, pediram hoje um acordo "eficaz" sobre o plano de reconstrução europeu para enfrentar as repercussões da pandemia, após uma reunião bilateral nos arredores de Berlim. "De um lado está a pandemia e do outro uma situação econômica que não vivemos há muito tempo e que nos põe perante grandes desafios tanto nos nossos respectivos países, como dentro da União Europeia", afirmou Merkel.

A chanceler sublinhou que a França e a Alemanha estão cientes que só dentro da UE podem desempenhar um papel importante no mundo em temas como a digitalização ou questões "de guerra e paz".

Merkel recordou ainda que a Alemanha vai assumir a presidência da UE em 1º  de julho e mostrou-se satisfeita com a existência de uma visão comum com os franceses diante de vários desafios.

"Não é suficiente que a Alemanha e a França estejam de acordo para que haja um acordo na Europa, mas é difícil que haja um acordo na Europa sem um consenso entre a França e a Alemanha", enfatizou.

Um dos primeiros desafios vai ser a reunião europeia de 17 e 18 de julho na qual deve ser aprovado o plano financeiro da Comissão, assim como o fundo de reconstrução, baseado numa proposta franco-alemã de 500 mil milhões de euros.

"Ainda há muito trabalho por fazer, terão de haver muitas reuniões prévias, a maior parte delas a cargo do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, mas nós naturalmente que o apoiamos", continuou Merkel.

O fundo, que está dotado com 750 mil milhões de euros, deve apoiar os países mais afetados pela pandemia, tanto com créditos, como com ajudas a fundo perdido.

Este último gera resistência de alguns países que consideram que o fundo deve se limitar à concessão de empréstimos.

Merkel acredita que algo que pode ajudar os países a abandonar essa resistência é a proposta da Comissão de vincular o fundo de programas nacionais a um aumento de competitividade.

Macron, por seu lado, considerou que "o importante é que o fundo seja eficaz, e que deve ter uma componente orçamental", e mencionou que é composto tanto de subvenções a fundo perdido como de empréstimos.

"Se queremos que o nosso endividamento comum seja efetivo, terá que ter uma forma de subvenções orçamentais", frisou.

Macron reconheceu a resistência que o plano franco-alemão recebeu por parte de vários países do norte da Europa, mas recordou que esses Estados já obtêm vantagens importantes pela sua participação no mercado interno europeu.

Por outro lado, Merkel convidou a olhar também para lá da pandemia e disse que uma vez que esta seja superada, "o mundo será outro" e que é necessária uma preparação para investir em questões futuras como a digitalização ou a proteção do clima.

Macron, por outro lado, advogou uma "mudança de modelo" como consequência da crise causada pela pandemia, para que a União Europeia abandone "a ingenuidade" ao mesmo tempo que reforça e protege os seus valores.

O Presidente francês referiu que a UE tem vivido "um momento da verdade" com a pandemia, mas que oferece também a oportunidade de a utilizar como um momento de "êxito".

Além disso, insistiu que a UE tem de ser capaz de defender o seu modelo de soberania que concebeu, do ponto de vista "climático, digital, alimentar, sanitário, industrial e de defesa".

Macron aludiu ainda ao desafio de negociar os termos do novo relacionamento entre a União Europeia e o Reino Unido depois do 'Brexit', advertindo que não seria possível aceitar que esse país acedesse ao mercado comunitário "sem aceitar as regras" do mesmo.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 501 mil mortos e infectou mais de 10,16 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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