"É quase impossível" detectar jihadistas entre os refugiados
Autoridades gregas consideram ser quase impossível identificar perigosos extremistas entre os migrantes que chegam à Europa
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Mundo Grécia
"Se não estiverem já registrados numa base de dados, é quase impossível", disse Dimitris Amountzias, capitão da polícia de Moria, o principal campo de registro da ilha de Lesbos.
Neste campo, dezenas de migrantes e refugiados fazem fila para deixarem as suas impressões digitais, tirarem fotografias e serem interrogados por agentes da agência europeia Frontex.
"Não passa pela cabeça de nenhum agente da polícia deixar passar um único migrante sem ficar com as impressões digitais", garantiu o responsável, durante uma visita ao campo do comissário europeu da Saúde, Vytenis Andriukaitis. Sem um passe emitido após este procedimento, os migrantes não podem comprar o bilhete de ferry para seguir viagem, explicou.
No entanto, este documento, facilmente falsificável, já é objeto de tráfico. Seis paquistaneses foram detidos na quarta-feira, em Lesbos, acusados de terem vendido documentos falsos.
"Contrariamente ao que se pensa, é fácil entrar e sair da União Europeia sem se ser detectado", explicou o criminologista Christophe Naudin, especialista em fraude de documentos.
"Não sabemos verdadeiramente quem passa", acrescentou, explicando que, apesar de a maioria dos sírios ter documentos que "podem, em termos gerais, ser verificados no que toca à autenticidade", não é sempre possível "determinar se verdadeiramente pertencem aos seus portadores".
O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, sugeriu, esta semana, que Abdelhamid Abaaoud, suspeito de ser o mentor dos ataques de Paris, passou pela Grécia no percurso da Síria para a Europa
A sugestão foi negada por Atenas, através de um comunicado do Ministério da Proteção dos Cidadãos, na sexta-feira: "Até hoje, nenhuma fonte forneceu qualquer prova que confirme esta afirmação".