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OMS diz que não há evidência de que Wuhan foi epicentro da pandemia

De acordo com Ben Embarek, especialista em segurança alimentar e doenças animais da OMS e presidente da equipe de investigação, os resultados trouxeram mais detalhes sobre a origem da pandemia, mas "não mudaram substancialmente as hipóteses originais"

OMS diz que não há evidência de que Wuhan foi epicentro da pandemia
Notícias ao Minuto Brasil

08:57 - 09/02/21 por Folhapress

Mundo OMS

BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) - Não há informação suficiente para estabelecer que o epicentro da pandemia de Covid-19 tenha sido o mercado de frutos do mar de Huanan, local do primeiro grupo conhecido de infecções na cidade chinesa de Wuhan, afrimou nesta terça (9) a comissão comandada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para pesquisar a origem do Sars-Cov-2.

A equipe chegou em 14 de janeiro à cidade de Wuhan, onde o coronavírus foi identificado pela primeira vez, no final de 2019 e, depois de duas semanas de quarentena, visitou o mercado de Huanan, entre outros locais, e reuniu-se com especialistas do Instituto de Virologia de Wuhan, que pesquisa o novo coronavírus.

De acordo com Ben Embarek, especialista em segurança alimentar e doenças animais da OMS e presidente da equipe de investigação, os resultados trouxeram mais detalhes sobre a origem da pandemia, mas "não mudaram substancialmente as hipóteses originais".

Ele afirmou que foram investigadas quatro hipóteses para a origem da pandemia, entre elas a de que o vírus tivesse "vazado" de um laboratório, mas a conclusão foi que isso é "extremamente improvável".

As outras três possibilidades, que ainda exigem mais pesquisa, são:

1) a transmissão direta de uma espécie animal silvestre para um humano;

2) a introdução do vírus em uma espécie intermediária, mais próxima dos humanos, no qual o patógeno circulou antes de ser transmitido aos homens e

3) a presença do patógeno em alimentos, principalmente congelados.

A equipe tentou especificar um hospedeiro animal original para o coronavírus, mas não encontrou evidências definitivas. Embora morcegos e pangolins sejam apontadas como possíveis fontes, as linhagens já sequenciadas nesses animais não são suficientemente similares ao patógeno para garantir essa associação, afirmou Liang Wannian, chefe do painel de especialistas Covid-19 na Comissão Nacional de Saúde da China.

Além disso, a alta suscetibilidade de visons e gatos ao coronavírus indica que outras espécies também possam ser reservatórios do vírus que se disseminou depois na pandemia.

Ben Embarek disse também que embora pesquisas apontem para um reservatório natural em morcegos, é improvável que eles tenham sido fonte primordial de contágio em Wuhan. Segundo ele, foram feitas ainda pesquisas em várias espécies animais e não foi constatada contaminação relevante que permitisse especificar um hospedeiro original.

Sem sinais antes de dezembro De acordo com Liang, sequenciamentos mostram que o Sars-Cov-2 estava circulando algumas semanas antes que os casos começassem a ser relatados em Wuhan, mas a revisão de dados e amostras de hospitais, bancos de sangue e centros de vigilância sanitária da região não indicam que o patógeno tivesse contaminado humanos antes de dezembro de 2019.

O chefe do painel de especialistas chinês afirmou que a revisão dos dados de mortes por pneumonia, tanto em Wuhan quanto na província de Hubei, de junho a dezembro de 2019, não mostram evidência de transmissão do Sars-Cov-2 na população antes de dezembro de 2019.

De acordo com Ben Embarek, especialista em segurança alimentar e doenças animais da OMS e presidente da equipe de investigação, as investigações mostram que havia circulação do Sars-Cov-2 em outros locais além do mercado de frutos do mar de Huanan. Há registros de contágio em outros mercados de alimentos de Wuhan e também de infecções não relacionadas a mercados.

Na semana passada, um dos membros da equipe, o especialista em doenças infecciosas Dominic Dwyer, disse que seriam necessários anos para entender completamente as origens da Covid-19.

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