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Após acordo com ONU para manter inspeções, Irã diz que pode enriquecer urânio em até 60%

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou no domingo (21) que fechou um acordo temporário para amortecer as medidas que Teerã planeja tomar, incluindo o fim das inspeções surpresas.

Após acordo com ONU para manter inspeções, Irã diz que pode enriquecer urânio em até 60%
Notícias ao Minuto Brasil

05:12 - 23/02/21 por Folhapress

Mundo IRÃ-ACORDO NUCLEAR

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta segunda-feira (22) que o limite de enriquecimento de urânio não será apenas de 20%, e que o país atuará de acordo com suas necessidades, podendo "aumentar para 60%".

As declarações, publicadas em um site oficial, ocorrem na véspera da entrada em vigor de uma lei que pretende limitar a inspeção da ONU (Organização das Nações Unidas) na atividade nuclear do Irã enquanto as sanções americanas forem mantidas.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou no domingo (21) que fechou um acordo temporário para amortecer as medidas que Teerã planeja tomar, incluindo o fim das inspeções surpresas.

Com o novo pacto, que tem duração de três meses e pode ser suspenso a qualquer momento, o número de inspetores destacados pela AIEA no Irã será mantido e eles poderão continuar realizando inspeções aleatórias.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse que os comentários de Khamenei "soam como uma ameaça", mas ele reiterou a disposição dos EUA de se envolver em negociações com o Irã sobre o retorno ao acordo nuclear.

O anúncio do chefe da AIEA, Rafael Grossi, feito no aeroporto de Viena após uma viagem ao Irã, confirmou que o país seguirá em frente com seu plano de reduzir a cooperação com a agência. Teerã confirmou nesta segunda que a medida passa a valer a partir de terça-feira (23).

A nova legislação permite que o governo iraniano limite algumas das inspeções da AIEA em instalações não nucleares, incluindo bases militares, enquanto Washington não abandonar as sanções impostas ao Irã.

Teerã "não abandonou suas obrigações, mas reduz progressivamente algumas delas, que são reversíveis em caso de [os outros países participantes do acordo] voltarem a respeitar seus compromissos", declarou Khamenei.

O Irã vem violando gradualmente os termos do pacto nuclear de 2015 desde que os Estados Unidos, sob o comando do ex-presidente Donald Trump, saíram do acordo em 2018 e voltaram a impor sanções.

Uma parte fundamental do plano do Irã para reduzir a cooperação é encerrar a implementação do Protocolo Adicional, segundo o qual a AIEA tem o direito de realizar inspeções instantâneas nos estados membros em locais não declarados à agência.

Antes do anúncio, a AIEA e o Irã emitiram uma declaração conjunta dizendo que Teerã continuaria implementando o Acordo de Salvaguardas Abrangentes, suas obrigações centrais para a agência que permitem o monitoramento de suas instalações nucleares declaradas.

"O acesso será reduzido, não vamos nos enganar, mas seremos capazes de manter o nível necessário de vigilância e verificação", disse Grossi. "Isso salva a situação imediata."

Os EUA afirmaram na quinta-feira (18) que estão prontos para sentar à mesa com o Irã e negociar o retorno do país ao acordo nuclear embora os dois lados estejam em desacordo sobre quem dará o primeiro passo.

Segundo Teerã, o urânio é para "produzir combustível" para um de seus reatores como parte de suas atividades de pesquisa e desenvolvimento -o país sempre negou a produção de armas nucleares.

A infração mais grave até agora foi em janeiro, quando o país elevou para 20% o grau de enriquecimento de seu urânio, nível que praticava antes de 2015. É necessário um grau de 90% para a fabricação de uma bomba.

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