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Ataques matam ao menos 130 civis em Burkina Fasso

Os ataques ocorreram na chamada zona das "três fronteiras" –entre Burkina Fasso, Mali e Níger–, regularmente alvo de ofensivas mortais de extremistas ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico contra civis e soldados

Ataques matam ao menos 130 civis em Burkina Fasso
Notícias ao Minuto Brasil

11:39 - 06/06/21 por Folhapress

Mundo Burkina Fasso

Ao menos 132 civis, incluindo sete crianças, foram mortos em dois ataques armados no norte de Burkina Fasso cometidos entre a noite de sexta-feira (4) e a madrugada deste sábado (5), nos incidentes mais sangrentos registrados desde o início da violência extremista islâmica no país, em 2015.


Os ataques ocorreram na chamada zona das "três fronteiras" –entre Burkina Fasso, Mali e Níger–, regularmente alvo de ofensivas mortais de extremistas ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico contra civis e soldados.
"Durante a madrugada de sexta para sábado, indivíduos armados realizaram uma incursão mortal em Solhan, na província de Yagha", disse à AFP uma fonte da segurança.


"Vários feridos acabaram morrendo e novos corpos foram encontrados. O saldo, ainda que provisório, era de 138 mortos", informou um deputado local na noite deste sábado, que especificou que "os corpos foram enterrados em valas comuns". Também haveria dezenas de feridos.
Em declaração, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, mostrou-se "indignado" com o massacre, como informou seu porta-voz neste sábado.


"O secretário-geral está indignado com a morte, hoje cedo, de mais de cem civis, incluindo sete crianças, em um ataque por agressores não identificados a uma aldeia na província de Yagha, na região do Sahel de Burkina Faso", disse Stephane Dujarric em comunicado.


De acordo com uma fonte local, o ataque, que começou por volta das 2h (23h de sexta-feira no horário de Brasília), primeiro teve como alvo um posto dos Voluntários pela Defesa da Pátria, os VDP, de apoio civil ao Exército, e "depois os agressores foram às casas dos moradores, que foram executados".


"Além do pesado tributo humano, o pior que registramos até hoje, as casas e o mercado (de Solhan) foram incendiados", declarou outra fonte da segurança, que disse temer que "o saldo, ainda provisório, aumente".


Um luto nacional de 72 horas foi decretado pelas autoridades, a partir deste sábado à meia-noite até segunda-feira (7) às 23h59, de acordo com o governo.


Sohlan, uma pequena cidade localizada a cerca de 15 quilômetros de Sebba, capital da província de Yagha, não muito longe da fronteira com o Mali, registrou vários ataques nos últimos anos.


No dia 14 de maio, o ministro da Defesa, Chériff Sy, e membros da hierarquia militar foram a Sebba e garantiram que a situação havia voltado ao normal, após inúmeras operações militares.
Este último ataque sangrento cometido por supostos extremistas islâmicos foi realizado pouco depois de outro, também na sexta-feira à noite, em um vilarejo na mesma região, Tadaryat, no qual pelo menos 14 pessoas, incluindo um membro dos VDP, foram mortas.
Os ataques acontecem uma semana depois de dois outros atos violentos na mesma área, nos quais quatro pessoas, incluindo dois membros dos VDP, foram mortas.


Nos dias 17 e 18 de maio, 15 moradores e um soldado foram mortos em dois ataques a uma aldeia e a uma patrulha no nordeste do país, segundo o governador da região.


Desde 5 de maio, diante do aumento da violência terrorista islâmica, as forças armadas lançaram uma operação em grande escala nas regiões norte e do Sahel.


Durante este sábado, filas de pessoas fugiram para Sebba, relatou um deputado local sob anonimato.


"Esses deslocamentos também causaram vítimas porque três pessoas morreram no eixo Solhan-Sebba, quando a carroça que as transportava explodiu ao passar por cima de uma mina artesanal".
Apesar do anúncio de inúmeras operações desse tipo, as forças de segurança têm dificuldades em conter a espiral de violência, que deixou mais de 1.400 mortos e mais de um milhão de desabrigados desde 2015.

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