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Milhares vão às ruas em Roma para pedir fim de partido de extrema direita

Na ocasião, 38 agentes de segurança ficaram feridos e alguns grupos romperam barreiras policiais para chegar ao gabinete do premiê Mario Draghi, enquanto outros invadiram a sede do maior sindicato da Itália, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL)

Milhares vão às ruas em Roma para pedir fim de partido de extrema direita
Notícias ao Minuto Brasil

19:41 - 16/10/21 por Folhapress

Mundo ITÁLIA-PROTESTOS

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dezenas de milhares de pessoas se reuniram em Roma neste sábado (16) para pedir ao governo ações contra grupos neofascistas envolvidos nos protestos violentos contra a adoção do passaporte sanitário.


Na semana passada, a polícia prendeu 12 pessoas, incluindo líderes do partido de extrema direita Força Nova, após milhares irem às ruas contra o "Passe Verde", agora obrigatório a todos os trabalhadores.


Na ocasião, 38 agentes de segurança ficaram feridos e alguns grupos romperam barreiras policiais para chegar ao gabinete do premiê Mario Draghi, enquanto outros invadiram a sede do maior sindicato da Itália, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL).


Por isso, muitos dos que participaram dos atos deste sábado levaram bandeiras da CGIL enquanto marchavam até a praça San Giovanni, um lugar associado historicamente à esquerda italiana.


Criado em 1997, o Força Nova é repetidamente acusado de usar violência contra imigrantes e policiais. Ao lado da sigla CasaPound, o partido é a principal organização neofascista em atividade na Itália.


No dia seguinte aos episódios de violência da semana passada, a legenda de centro-esquerda Partido Democrático apresentou uma moção no Parlamento pedindo ao governo de Draghi que dê um fim ao Força Nova e a todos os movimentos políticos de inspiração facista.


Além da CGIL, outras organizações, como a Confederação Italiana de Sindicatos e a União Italiana do Trabalho, exigiram que o governo dissolva as facções neofascistas e neonazistas com gritos de "não ao fascismo e à violência, sim ao trabalho, à segurança e aos direitos".


"Pedimos atos concretos, não apenas papo. É hora de o governo demonstrar sua força democrática na aplicação das leis e da Constituição", afirmou Maurizio Landini, secretário-geral da CGIL, durante o ato. "Um país que esquece suas memórias não pode ter um futuro."


Organizadores dos protestos estimam que entre 50 mil e 60 mil pessoas tenham participado das manifestações. E, como costuma acontecer, os líderes das organizações envolvidas afirmam que a cifra foi ainda maior. Para Pierpaolo Bombardieri, chefe da CISL, a presença foi superior a 100 mil.


Os episódios violentos da semana passada receberam ampla condenação na Itália, até mesmo de Matteo Salvini e Giorgia Meloni, líderes dos partidos de ultradireita A Liga e Irmãos da Itália, respectivamente.


Neste sábado, no entanto, Salvini publicou no Twitter, citando o escritor Leonardo Sciascia, que "o melhor exemplo de fascista que se pode encontrar hoje é o de alguém que se denomina antifascista e que se dedica exclusivamente a chamar de fascista alguém que não é fascista".


Um dia antes dos atos, nesta sexta (15), entrou em vigor a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 para trabalhadores na Itália, em meio a diversos protestos contrários à medida.


A regra anti-Covid, aprovada pelo governo de Draghi, obriga todos os trabalhadores do país a apresentarem o comprovante de vacinação ou um teste negativo para Covid feito em até 48 horas. Quem não tiver o "Passe Verde" será suspenso do emprego, sem direito a pagamento. Se tentar burlar a regra e trabalhar sem o comprovante, a pessoa pode ser multada em até 1.500 euros (R$ 9.500).


Em protesto, barricadas foram montadas na entrada de dois dos mais importantes portos do país, em Gênova e Trieste, que registrou os maiores protestos, com cerca de 6.000 manifestantes.

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