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Inteligência americana confirma receio de invasão russa na Ucrânia no início de 2022

Segundo o documento, divulgado primeiramente pelo jornal The Washington Post, Moscou tem elaborado planos para uma ofensiva militar envolvendo cerca de 175 mil soldados

Inteligência americana confirma receio de invasão russa na Ucrânia no início de 2022
Notícias ao Minuto Brasil

15:51 - 05/12/21 por Folhapress

Mundo RÚSSIA-UCRÂNIA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS0 - Um relatório da inteligência americana confirmou o receio de uma possível invasão russa na Ucrânia no início de 2022, como já havia alertado o ministro da Defesa de Kiev, Oleksii Reznikov, nesta sexta-feira (3).


Segundo o documento, divulgado primeiramente pelo jornal The Washington Post, Moscou tem elaborado planos para uma ofensiva militar envolvendo cerca de 175 mil soldados. O relatório aponta ainda o posicionamento do que as autoridades dizem que poderiam ser 100 grupos táticos, bem como armamento pesado, artilharia e outros equipamentos.


As autoridades americanas ressaltam que ainda não é possível saber as intenções do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Mas, apesar de a inteligência não mostrar que ele decidiu executar o aparente plano de guerra, descreve a máquina militar de Moscou entrando em ação e se posicionando para um ataque contra o qual especialistas dizem que os militares ucranianos teriam poucas chances.


De acordo com um funcionário do governo de Joe Biden, que falou sob condição de anonimato com o New York Times, a Rússia age ainda para rapidamente formar uma grande força de reservistas militares. Soma-se a isso que 94 mil soldados do país estão reunidos perto da fronteira com a Ucrânia, conforme relatado por Reznikov.


O ministro apontou também que uma ação estaria sendo preparada para o fim de janeiro. Citando relatórios da inteligência, o ministro afirmou ao Parlamento que a Ucrânia não provocaria a situação, mas estaria pronta para contra-atacar se Putin desse o primeiro passo.


Mais tarde, o presidente americano afirmou que os Estados Unidos vão tomar ações "abrangentes e significativas" para dificultar ações do presidente russo. A jornalistas Biden afirmou que os EUA preparam opções para evitar uma iniciativa militar russa.

"O que estou fazendo é reunir o que acredito ser o conjunto mais abrangente e significativo de iniciativas para tornar muito, muito difícil para Putin fazer o que as pessoas estão preocupadas que ele vá fazer", disse o democrata, acrescentando que os EUA estão em "contato constante" com a Ucrânia e aliados europeus.


A Rússia, segundo o Financial Times, nega ter planos para atacar e classifica os alertas como inflamatórios. Ainda que negue o objetivo de invadir o país vizinho, o Kremilin diz que as chances de um novo conflito no leste da Ucrânia continuam altas em razão das ações provocativas de Kiev.


Em meio à tensão, Biden e Putin marcaram uma reunião por videoconferência na terça-feira (7) para tratar justamente da questão de Kiev.


A Ucrânia e os parceiros do país na Otan, a aliança militar ocidental, soaram há meses o alarme sobre a movimentação de tropas russas perto da fronteira, com a possibilidade do agravamento do conflito. Os EUA disseram, em novembro, que Putin estaria pronto para invadir o país do leste europeu quando quiser.


Kiev tem pleiteado com a União Europeia (UE) e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, a imposição de sanções econômicas severas à Rússia, na tentativa de desencorajar um ataque.


O Conselho Europeu, que reúne os 27 países-membros do bloco, aprovou na quinta-feira (2) um pacote de 31 milhões de euros (R$ 198 milhões) para ajudar o governo do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, a potencializar a segurança do país. O dinheiro, segundo o Ministério das Relações Exteriores ucraniano, será gasto com suprimentos médicos, cibersegurança e logística.


Durante reunião nesta quinta com o chanceler russo, Serguei Lavrov, em Estocolmo, na Suécia, Blinken alertou Moscou sobre os "graves custos" com os quais a Rússia teria que lidar caso invadisse a Ucrânia, instando o país a buscar uma saída diplomática para o conflito.


Já Lavrov, segundo relatos da diplomacia russa, pediu a Washington "garantias de segurança a longo prazo" em suas fronteiras e, principalmente, o compromisso de que a Otan não incorpore a Ucrânia a seu quadro de membros –os ucranianos querem fazer parte do clube militar, o que é inaceitável para a Rússia.


Kiev alega que a Rússia não tem o direito de bloquear os laços mais estreitos do governo ucraniano com a Otan e que as movimentações de Moscou nesse sentido não teriam legitimidade. "Quaisquer propostas da Rússia para discutir garantias de que a aliança não se expandiria para o leste europeu são ilegítimas", disse o titular da pasta de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba.


A relação entre a Ucrânia, uma ex-república soviética, e a Rússia ruiu de vez em 2014, quando Putin, reagindo ao golpe que derrubou o governo pró-Moscou em Kiev, anexou a região da Crimeia e deu início a uma guerra civil que fez do leste ucraniano um território dominado por separatistas. Calcula-se que cerca de 14 mil pessoas tenham morrido nos combates desde então.


Neste ano, Putin fez concentrações e exercícios militares na fronteira, assustando o Ocidente, para dissuadir o governo ucraniano de uma ação de retomada das áreas rebeldes.


Já a Ucrânia recebeu uma grande remessa de munições dos EUA e de mísseis Javelin no início do ano, gerando críticas de Moscou e aumentando a tensão na região. Ainda que no momento inexistam exercícios militares anunciados, especialistas veem na mobilização de divisões blindadas uma ameaça de invasão para os meses mais frios do ano, quando o terreno fica congelado e é mais facilmente transposto.

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