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China manda recado contra expansão militar da Otan durante reunião do Brics

A Xinhua, agência estatal chinesa de notícias, divulgou que, durante o discurso, Xi disse que "a crise da Ucrânia voltou a soar o alarme para a humanidade".

China manda recado contra expansão militar da Otan durante reunião do Brics
Notícias ao Minuto Brasil

13:20 - 23/06/22 por Folhapress

Economia CHINA-OTAN

(FOLHAPRESS) - Em recado indireto à Otan, o líder chinês, Xi Jinping, criticou nesta quarta (22) a expansão de alianças militares. Ele falava em fórum empresarial do Brics, que reúne também Brasil, Rússia, Índia e África do Sul.

A Xinhua, agência estatal chinesa de notícias, divulgou que, durante o discurso, Xi disse que "a crise da Ucrânia voltou a soar o alarme para a humanidade". "Países acabarão em dificuldades se depositarem fé cega na expansão de alianças militares e na busca de sua própria segurança às custas dos outros."

Ainda que não esteja envolvida diretamente na Guerra da Ucrânia, Pequim ampliou sua cooperação militar com Moscou. As relações mútuas alcançaram novo grau semanas antes do início do conflito, quando os países pactuaram um acordo histórico que Xi e Vladimir Putin descreveram como "amizade sem limites".

Enquanto estreita laços com sua vizinha ao norte e afina a Guerra Fria 2.0 contra os EUA, Xi fez uma defesa da multipolaridade na reunião. Ele exortou a comunidade internacional a abandonar o "jogo de soma-zero" nas relações exteriores e a se opor à hegemonia, ainda de acordo com citações da Xinhua.

O encontro antecede a reunião, também virtual, de líderes do Brics que deve contar com a participação de Jair Bolsonaro (PL). A data escolhida pela China, presidente rotativa do bloco, foi esta quinta (23).

A cúpula também deu mais um exemplo do movimento de aproximação entre Rússia e países asiáticos, intensificado com a guerra e as sanções impostas pelo Ocidente após a invasão da Ucrânia. Putin afirmou que Moscou está redirecionando seus fluxos comerciais para nações que compõem o Brics.

"Houve aumento notável nas exportações de petróleo russo para China e Índia", disse Putin. Cifras oficiais mostram que as importações chinesas de petróleo russo aumentaram 55% em relação ao ano anterior e alcançaram valor recorde em maio, desbancando a Arábia Saudita como principal fornecedora chinesa.

Do mesmo modo que seu parceiro chinês, o chefe do Kremlin criticou o Ocidente. "Parceiros ocidentais negligenciam os princípios básicos da economia de mercado, do livre comércio e da inviolabilidade da propriedade privada; eles seguem um rumo macroeconômico irresponsável", afirmou ele.

Assim como já vinha fazendo a chancelaria russa, Putin acusou países ocidentais de destruírem cadeias produtivas e afetarem o bem-estar das populações, mencionando a iminente crise alimentar global. A União Europeia culpa os russos pela insegurança alimentar ao reterem na Ucrânia toneladas de grãos.​

Analistas têm afirmado que a guerra no Leste Europeu consolidou os laços da Rússia com países asiáticos. O indiano Parag Khanna, autor de "The Future is Asian", disse à reportagem que a Rússia se tornou "o norte da Ásia". "A Rússia não tem outra opção a não ser exportar, importar e negociar com a Ásia."

A conformação do Brics e o peso que a Rússia tem no bloco dos emergentes ficou evidente em votações nas Nações Unidas para condenar a invasão da Ucrânia. Quando a discussão ocorreu no Conselho de Segurança, China e Índia se abstiveram -o Brasil votou a favor. Já a África do Sul, que não é membro do colegiado, absteve-se em duas votações na Assembleia-Geral da ONU com o mesmo escopo.

Como já esperado, o Brasil não mencionou a Guerra da Ucrânia durante o fórum empresarial. Bolsonaro concentrou seu discurso na afirmação de que "o contexto internacional é motivo de preocupação".

O líder brasileiro disse que seu governo está preocupado "em razão dos riscos aos fluxos de comércio e investimentos e à estabilidade das cadeias de abastecimento de energia e alimentos". "A resposta a esses desafios não é se fechar ao resto do mundo. Temos procurado aprofundar nossa integração econômica."

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