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Argentina divulga primeiro dado de inflação do governo Macri

A inflação em maio foi de 4,2% ante o mês de abril, de acordo com o Indec (órgão equivalente ao IBGE)

Argentina divulga primeiro dado de inflação 
do governo Macri

© Reuters

Folhapress
15/06/2016 17:12 ‧ há 9 anos por Folhapress

Depois de seis meses sem um índice oficial de inflação e de nove anos de dados considerados manipulados, a Argentina divulgou nesta quarta (15) seu índice de preços. A inflação em maio foi de 4,2% ante o mês de abril, de acordo com o Indec (órgão equivalente ao IBGE) -o dado é referente apenas a região da Grande Buenos Aires.

O instituto não fez um levantamento de preços para os meses anteriores deste ano nem para o período kirchnerista (2003-2015). As estatísticas de preços do país passaram a ser questionadas pelo FMI em 2013.

O problema, no entanto, vinha desde o fim de 2006, período em que o kirchnerista Guillermo Moreno chegou à Secretaria de Comércio Interior. No cargo, o economista pediu acesso à lista de estabelecimentos cujos preços eram analisados para se elaborar o índice de inflação.

A informação, no entanto, costuma ser confidencial e a direção do instituto à época negou lhe o acesso, o que levou Moreno a substituir os chefes do órgão, conta a funcionária do Indec Carolina Ocar, uma das autoras do livro "No Somos Cómplices de La Mentira" (Não Somos Cúmplices da Mentira).

Os funcionários começaram, então, a relatar que os indicadores estavam sendo maquiados e que a inflação era maior que a divulgada oficialmente."Houve demissões de funcionários antigos. A maior parte da equipe continuou no órgão, mas ficou sem tarefa e sob uma grande pressão", diz Ocar.

Os trabalhadores passaram a protestar contra Moreno, abraçando o prédio do Indec uma vez por mês durante nove anos, sempre em que se divulgava o índice de preços. Moreno nega a intervenção no instituto.

Do lado do governo de Cristina Kirchner e de funcionários que apoiavam as medidas de Moreno, no entanto, se afirmava que a imprensa divulgava dados falsos. Em 2011, uma faixa em que se lia "Clarín miente" foi colocada no Indec, tomando quase quatro andares da fachada do prédio.

Nesta quarta, enquanto o governo divulgava o dado oficial, manifestantes tomaram a rua diante do edifício contra as políticas econômicas macristas. Eles reclamam do alto índice de inflação do país (estima-se que esteja em 20% no acumulado do ano), do aumento das tarifas públicas (o reajuste do gás, por exemplo, chega a 500%) e da estagnação econômica (a projeção é que o PIB cairá 1% neste ano).

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