A reunião de cúpula do Mercosul é marcada para acontecer neste mês. O encontro deve ainda registrar a passagem da presidência rotativa do Uruguai para a Venezuela. No entanto, como destaca a Folha de S. Paulo, existe um clima de desentendimento entre os países integrantes do bloco sul-americano.

A publicação recorda que a semana foi marcada pelos desentendimentos entre Paraguai e Venezuela, Venezuela e Brasil, Brasil e Argentina, Uruguai e Brasil e Argentina e Uruguai.

O Paraguai se opõe ao governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e defende a aplicação da Carta Democrática contra a Venezuela, sancionando-a no Mercosul e na OEA (Organização dos Estados Americanos).

Os paraguaios entendem que Maduro viola direitos humanos ao manter opositores presos, interferir no Judiciário e impedir as ações do Legislativo, dominado pela oposição.

Já o Uruguai deseja que Maduro assuma o comando do bloco e ficou irritado com a posição tomada pelo Brasil nesta semana.

A reportagem revela que a visita do chanceler brasileiro, José Serra, e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para pressionar o Uruguai contra a Venezuela não foi bem aceita por Tabaré Vázquez.

A Argentina e o Brasil são contra a ideia de Maduro presidir o Mercosul. Serra quis adiar para agosto a reunião marcada para segunda (11).

O argumento de Serra foi de que o encontro fosse postergado pois Caracas precisa de mais tempo para se adaptar às normas do bloco.

No entanto, os demais chanceleres consideram que a Venezuela não conseguiria cumprir todas as exigências comerciais e de integração em um mês.

A publicação refere que Brasília e Buenos Aires estariam articulando para pular a vez da Venezuela de ser presidente do bloco. Montevidéu diz que o governo interino de Michel Temer está menosprezando a rotação estabelecida entre os membros, segundo a qual a Presidência é revezada em ordem alfabética.

Ainda de acordo com a Folha, os desentendimentos devem fazer com que a reunião convocada pelo Paraguai para a segunda-feira (11) com o objetivo de discutir a Presidência seja esvaziada.

Serra deve faltar a reunião e será representado pelo secretário-geral, Marcos Galvão, ou por Paulo Estivallet de Mesquita, subsecretário-geral da América do Sul, Central e do Caribe.

A chanceler da Argentina, Susana Malcorra, não irá e será representada pelo vice-chanceler, Carlos Foradori.