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Entenda as tentativas de golpe na história recente da Turquia

O governo turco denunciou tentativa de golpe militar nesta sexta-feira

Entenda as tentativas de golpe na história
recente da Turquia
Notícias ao Minuto Brasil

22:38 - 15/07/16 por Notícias Ao Minuto

Mundo Golpe

Não é a primeira vez na história recente da Turquia que uma tentativa de golpe é denunciada pelo governo, como a que acaba de ser anunciada nesta sexta-feira (15). Desde 1945, quando a Segunda Guerra Mundial teve fim, o país já passou por quatro momentos em que o governo democraticamente eleito foi derrubado pelo exército (1960, 1971, 1980 e em 1997). Em 1970 e 1997, o descontentamento com os líderes por parte dos militares foi expresso por meio de memorandos.

Na noite desta sexta, pontes no Estreito de Bósforo, em Istambul, foram bloqueadas por militares, que ainda tomaram o controle da TRT, emissora estatal de televisão. Aviões e helicópteros sobrevoam a capital, Ancara, segundo o G1.

De férias no momento da tomada, o presidente Recep Tayyip Erdogan, alegou que os militares por trás da tentativa de golpe agem fora da linha de comando do exército, e convocou a população a tomar as ruas em protesto.

A Turquia moderna foi fundada na estrutura atual em 1923, com a queda do Império Otomano, depois da Primeira Guerra Mundial. O primeiro presidente, Mustafa Kemal Atatürk, promoveu uma série de reformas que garantiram a ocidentalização do país. No entanto, somente após a Segunda Guerra Mundial que o sistema político turco adotou a estrutura multipartidária que dura até os dias de hoje.

1960

Em 1960, a estabilidade política foi abalada por um golpe, quando o exército removeu o presidente e o primeiro-ministro do poder, depois de tensões entre o governo e a oposição. O Partido Democrático (DP), que comandava à época, foi removido, após promover reformas que deram mais liberdade religiosa aos muçulmanos. O presidente Celal Bayar foi derrubado e o primeiro-ministro, Adnan Menderes, foi executado.O governo só voltou totalmente às mãos dos civis em 1965, mas o golpe produziu uma série de coalizões instáveis para governar o país que duraram cerca de dez anos.

1971

Em decorrência da instabilidade política no país, 11 anos após o primeiro golpe de estado, o exército retirou os governantes eleitos após um memorando assinado pelo chefe do exército, Memduh Tagmac, ao primeiro-ministro Suleyman Demirel, alegando que governo civil estava levando o país rumo à anarquia. Um governo interino civil foi instaurado pelo exército, com o objetivo de restaurar a ordem.

1980

Após nove anos e 11 primeiro-ministros, em 1980, um novo golpe militar foi deflagrado após meses de deliberação. Os militares declararam lei marcial em parte das províncias turcas e começaram a coordenar o retorno do poder às mãos dos civis a partir de 1983, um ano depois da aprovação da nova constituição, que instituiu o período de sete anos para a presidência. Nessa época, o sistema político acabou sob o comando de um único partido, o conservador Partido da Pátria (Anap).

1997

Em 1995 ocorre a eleição que promoveu a coalização entre a Anap e o Partido Democrático (DP), mas que falhou. No ano de 1997, Salim Dervisoglu, almirante do exército, enviou um memorando ao então primeiro-ministro Necmettin Erbakan, solicitando a sua renúncia. O motivo citado pelo militar era o apoio do governo a políticas religiosas que colocavam em risco a secularidade do país. O pedido foi acatado e um novo governo foi formado. O episódio ganhou reconhecimento como o primeiro "golpe pós-moderno".

Recep Tayyip Erdogan se tornou, em 2003, o primeiro-ministro da Turquia, eleito pelo conservador Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), depois de uma série de anos instáveis devido a problemas econômicos no país. Ele ocupou o cargo até 2014, quando se elegeu presidente da Turquia.

Em 2010, uma tentativa de golpe de estado terminou com a prisão de mais de 40 oficiais do exército, incluindo coronéis e um general, além de ex-comandantes da força aérea e da marinha. Eles foram acusados de supostamente planejar ações terroristas para instaurar o caos no país com forma de protesto pela chegada do AKP ao poder.

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