Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Governo turco detém sobrinho e um assessor de clérigo rival de Erdogan

Governo já pediu aos EUA que extraditem o líder espiritual Fethullah Gülen, que está exilado no país desde 1999

Governo turco detém sobrinho e um 
assessor de clérigo rival de Erdogan
Notícias ao Minuto Brasil

21:38 - 23/07/16 por Folhapress

Mundo Turquia

Um sobrinho e um assessor do clérigo Fethullah Gülen, a quem o governo turco acusa de instigar o golpe de Estado fracassado contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, foram detidos.

Segundo a agência de notícias pró-governo Anadolu, Muhammet Sait Gülen foi levado da localidade de Erzurum até a capital Ancara, como parte da investigação sobre a tentativa de golpe ocorrida há uma semana.

Uma autoridade turca, por sua vez, disse a jornalistas que Hallis Hanci, descrito como braço direito de Gülen, também foi capturado.

O governo já pediu aos EUA que extraditem Fethullah Gülen, que está exilado no país desde 1999. Ele é lider espiritual do movimento Hizmet, que promove o Islã moderado em dezenas de países e é qualificado de grupo terrorista pelo governo turco.

Neste sábado, o ministro turco de Assuntos Europeus, Omer Celik, disse que Gülen "é mais perigoso que [o ex-líder da rede terrorista Al-Qaeda] Osama bin Laden" e que seu movimento é "mais selvagem" que a facção terrorista Estado Islâmico (EI).

EXPURGO

Neste sábado, o governo turco fechou o cerco no país, ordenando o fechamento de milhares de escolas privadas, organizações de caridade e outras instituições no seu primeiro decreto desde que impôs estado de emergência depois do fracassado golpe militar.

Ele ainda advertiu a Europa que não cederia em sua resposta contra os partidários de Gülen. O que os responsáveis europeus dizem "não me interessa e não os escuto", afirmou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em entrevista à emissora francesa France 24.

Após a tentativa de golpe no último dia 15, autoridades fecharam instituições de ensino, 15 universidades, 1.229 associações e fundações, 19 sindicatos. O presidente Erdogan reiterou, neste sábado, sua vontade de erradicar este "vírus" no seio das instituições.

Segundo a agência Anadolu, foram pedidas mais de 12.500 prisões provisórias desde o dia 15, e 5.600 pessoas estão detidas, entre elas militares, magistrados e policiais, mas também "civis", professores ou funcionários públicos.

A justiça anunciou, no entanto, a libertação de 1.200 soldados -uma decisão inédita desde o início do expurgo massivo.

MANIFESTAÇÃO

Antes de uma manifestação que se anuncia massiva neste domingo (24) na praça Taksim em Istambul, milhares de pessoas tomaram as ruas para expressar seu ódio a Gülen.

Em um contexto de tensão entre Ancara e Washington, o presidente americano, Barack Obama, advertiu que uma entrega do religioso, como pede a Turquia, seria tratada conforme a lei dos Estados Unidos.

Os EUA, no passado, "nos apresentaram várias petições de extradição" e "nunca os pedimos nenhum documento", lamentou Erdogan, que anunciou o envio de provas a Washington "em dez dias".

Concretamente, o presidente turco afirmou que o chefe do Estado Maior do Exército, Hulusi Akar, pego como refém durante o golpe, se propôs a falar por telefone com Gülen.

GUARDA PRESIDENCIAL

Também neste sábado, o primeiro-ministro Binali Yildirim anunciou que as autoridades turcas dissolverão a guarda presidencial após deter quase 300 de seus membros pela tentativa de golpe.

"Não haverá mais uma guarda presidencial, não há razão para isso, não é necessário", disse Yildirim à rede A Haber.

Membros da guarda presidencial fizeram parte do grupo que entrou na rede estatal TRT durante o golpe, disse Yildirim. Esse grupo obrigou o apresentador a ler um comunicado que declarava a lei marcial e o toque de recolher no dia 15.

A guarda presidencial é um corpo de elite formado por até 2.500 efetivos, dos quais pelo menos 283 foram detidos depois do golpe. Com informações da Folhapress.

Campo obrigatório