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Vazamento de e-mails gera suspeita de interferência russa

Até agora, evidências sugerem que o ataque foi conduzido por duas agências, separadamente

Vazamento de e-mails gera suspeita 
de interferência russa
Notícias ao Minuto Brasil

16:52 - 25/07/16 por Folhapress

Mundo EUA

O vazamento de quase 20 mil e-mails de servidores da direção do Partido Democrata levantou suspeitas de que o governo russo estaria tentando interferir na eleição presidencial norte-americana.

As mensagens, vazadas primeiro por um suposto hacker e depois pelo Wikileaks, mostram evidências de que a máquina do partido estava sendo usada contra Bernie Sanders, adversário de Hillary Clinton durante as prévias que indicaram o candidato democrata.

O vazamento provocou a renúncia de Debbie Wasserman Schultz da presidência do partido, após mensagens revelarem que ela se referiu ao chefe de campanha de Sanders, Jeff Weaver, como "um mentiroso desgraçado", além de ter descrito o senador como um estranho no ninho democrata.

De acordo com o jornal "New York Times", embora seja difícil apontar a origem de um cyberataque, pesquisadores concluíram que o servidor da direção democrata foi invadido por duas agências de inteligência da Rússia, que seriam os mesmos por trás de invasões contra a Casa Branca, o Departamento de Estado e o Estado-Maior Conjunto, no ano passado.

As informações digitais dos e-mails vazados apontariam que os documentos passaram por computadores russos. Um hacker teria reivindicado o envio dos e-mails ao Wikileaks, mas as agências seriam os principais suspeitos.

Ainda de acordo com o jornal, não se sabe se o vazamento foi ordem do presidente russo, Vladimir Putin, ou se foi conduzido por burocratas tentando agradá-lo. O chefe de campanha de Hillary, Robby Mook, afirmou no programa "The Week" neste domingo (24) que os e-mails teriam sido vazados "pelos russos com o propósito de ajudar Donald Trump", citando "especialistas", embora não tenha apresentado nenhuma outra evidência.

Trump já manifestou interesse em "se dar bem com a Rússia" caso seja eleito e elogiou Putin, afirmando que ele era mais líder que Barack Obama. O mandatário russo também fez elogios ao candidato. Na noite deste domingo, o magnata se manifestou no Twitter sobre o assunto: "A nova piada do momento é que a Rússia teria vazado os desastrosos e-mails da direção democrata porque Putin gosta de mim".

Até agora, evidências sugerem que o ataque foi conduzido por duas agências, separadamente. Não se sabe, segundo o jornal norte-americano, como o Wikileaks recebeu as mensagens. A divulgação do vazamento, no entanto, ocorre pouco antes do início da convenção democrata, o que levanta suspeitas de que a data para a divulgação das informações tenha sido planejada.

Os especialistas citados pela campanha de Hillary incluem uma empresa contratada após a cúpula democrata suspeitar de um ataque virtual. Em meados de junho, ela anunciou que identificou avanços sobre o servidor do partido vindos do serviço de inteligência militar russo, que procuraram apagar todos as marcas de possíveis rastros deixados.

Invasões do tipo, destinadas a roubar e-mails e outros segredos dos serviços de inteligência, não seriam incomuns. Segundo o jornal, porém, o envio dos e-mails ao Wikileaks sugere que as descobertas teriam se tornado armas para influenciar a eleição presidencial.

Por meio de sua empresa de lobby, o estrategista da campanha de Trump, Paul Manafort, foi um dos conselheiros norte-americanos de Viktor Yanukovitch, ex-líder ucraniano apoiado pelos russos e tirado do poder há cerca de dois anos.

Em abril, perguntado sobre seu relacionamento com Yanukovitch, Manafort afirmou que estava apenas tentando ajudar os ucranianos a construir uma democracia que pudesse se aliar com os EUA. Com informações da Folhapress.

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