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Mesmo derrotado por Hillary, Sanders é aclamado em convenção

Apresentando-se como um socialista-democrata, Sanders virou uma estrela de rock para a geração milênio

Mesmo derrotado por Hillary, 
Sanders é aclamado em convenção
Notícias ao Minuto Brasil

20:32 - 26/07/16 por Folhapress

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Não foi desta vez, e provavelmente não haverá uma próxima chance. Aos 74, Bernard "Bernie" Sanders, um dos pré-candidatos mais velhos à Casa Branca, perdeu, como já esperado, a vaga de presidenciável democrata para Hillary Clinton.Mas, tamanha a aclamação, por um segundo parecia que era ele, e não a ex-secretária de Estado, a grande estrela da Convenção Nacional Democrata na terça (26).

Agrados a seus partidários não foram poucos. Oradores se revezaram para elogiar o senador, que exibia sorriso largo no telão do evento."Nunca senti o 'bern' [trocadilho com 'Bernie'] mais forte do que o sinto agora", disse no palco Shyla Nelson, cantora de ópera e delegada de Vermont, Estado representado por Sanders no Congresso. Foi ovacionada.Hillary já havia "sentido o 'bern'" na véspera, quando comitivas pró-Sanders gritavam "Bernie! Bernie!" e vaiavam menções a ela.O senador prometeu uma "revolução política" a seus seguidores e disse na segunda (25) que planeja manter sua palavra. "Nosso trabalho vai continuar na forma de um novo grupo chamado Nossa Revolução", afirma um e-mail enviado por sua campanha.

Apresentando-se como um socialista-democrata, Sanders virou uma estrela de rock para a geração milênio, que não viveu sob a névoa da Guerra Fria e ficou imune à alergia dos americanos mais velhos à "ameaça socialista".

Para os partidários mais fanáticos (e não são poucos), é tratado como um unicórnio político: um bastião de integridade contra a velha turma de Washington, a despeito de às vezes ter votos alinhados a conservadores, como ao defender medidas mais frouxas para o controle de armas.

Tudo virava uma "unção" ao senador. Quando um pássaro pousou em sua frente, durante comício em março, as redes sociais foram dominadas pela hashtag #BirdieSanders (Passarinho Sanders).

Os "sonhadores" americanos o veem como uma espécie de Eduardo Suplicy local, ambos famosos por um discurso pela igualdade social.

Como o ex-senador paulista, gostava de cantar para passar seu recado. Em 1987, quando era prefeito de Burlington (Vermont), lançou o álbum de folk "We Shall Overcome" (nós vamos superar).

Nas ruas de Filadélfia, sede da convenção, seus simpatizantes não pareciam dispostos a superar sua derrota. Vários diziam que votar em Hillary e no republicano Donald Trump dava na mesma.

A presidenciável verde, Jill Stein, era o plano B da maioria da trupe, que incluía de "freiras veganas, maconheiras e feministas" a meninas de topless, o mamilo coberto por um adesivo com a folha de cannabis.

Na terça, dezenas de manifestantes se aglomeraram na entrada da convenção, num prenúncio de que os "sanderistas" roxos não cederão a Hillary nem se o próprio senador pedir que eles votem na ex-adversária (e ele pediu mais de uma vez).

O grupo gritava impropérios para delegados de Hillary ("Pokemóns de Wall Street!"), tratados como cúmplices de um "sistema sujo".

Alguns são céticos, como o ativista Matt Hopard, para quem "Bernie nunca iria ganhar", mas cumpriu seu papel empurrando o partido à esquerda -a plataforma democrata adotou algumas de suas bandeiras progressistas, como aumento salarial.

Matt publicou uma foto no Instagram que explicita um sentimento compartilhado por muitos partidários de Sanders. "Bernie nunca ia peidar um arco-íris mágico", dizia a imagem. Por um momento, tudo parecia possível. Com informações da Folhapress.

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