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Não há perseguição política contra Cristina Kirchner, diz opositora

"Não tenho isso [a prisão de Cristina] como objetivo. O importante é que a Justiça esclareça os fatos", acrescentou

Não há perseguição política contra Cristina Kirchner, diz opositora
Notícias ao Minuto Brasil

14:43 - 23/08/16 por Noticias ao Minuto

Mundo Denúncia

Responsável por duas das principais denúncias de corrupção contra Cristina Kirchner, a deputada Margarita Stolbizer nega perseguir a ex-presidente da Argentina e diz não querer vê-la presa.

"Não há uma perseguição política. No lugar de se sentir ofendida, ela tem que mostrar na Justiça que o que eu falo não é real, mas ela não tem como fazer isso", afirmou à reportagem Stolbizer, que foi candidata à presidente no ano passado.

"Não tenho isso [a prisão de Cristina] como objetivo. O importante é que a Justiça esclareça os fatos", acrescentou.

De acordo com a deputada, Cristina e seu marido, o ex-presidente Néstor (morto em 2010), instalaram no país um sistema "quase institucionalizado" de corrupção.

A primeira denúncia da deputada contra a ex-dirigente, apresentada em 2014, resultou no caso Hotesur, que investiga se empresários vencedores de licitações públicas pagaram propina em forma de diárias nos hotéis da família Kirchner.

A outra é sobre um esquema semelhante, em que os empresários são suspeitos de alugar apartamentos de Cristina também para pagamento de propina.

A ex-presidente diz ser perseguida política e judicialmente, já que as investigações contra ela e funcionários de seu governo se aceleraram após a chegada de Mauricio Macri, do partido de centro-direita PRO, à Casa Rosada.

Stolbizer -do GEN, de centro-esquerda, mas também opositora à ex-mandatária- compara a situação de Cristina com a do secretário de obras do kirchnerismo (2003-2015), José López.

O secretário foi preso em junho quando tentava esconder US$ 8,9 milhões (R$ 28 milhões) em espécie em um convento na Grande Buenos Aires.

"[Cristina se dizer perseguida] é o mesmo que José López afirmar isso", frisou Stolbizer.

Questionada sobre os motivos que a levaram a investigar Cristina e não outros políticos, a deputada disse que a ex-presidente é a "máxima responsável por tudo [os casos de corrupção] que aconteceu na Argentina".

Na semana passada, porém, foi a vez de Stolbizer ser alvo de acusações públicas.

A deputada Elisa Carrió, da base de apoio do governo, disse que Stolbizer recebia auxílio do jornal "Clarín" e do juiz Claudio Bonadio, ambos tidos como inimigos do kirchnerismo, para apresentar suas acusações contra Cristina.

"Não tenho ajuda de ninguém. O Bonadio só vi uma vez, mas não tenho nenhuma relação com ele", respondeu Stolbizer.

A afirmação de Carrió, que depois tentou recuar, fez com que Cristina Kirchner denunciasse Stolbizer por associação ilícita. A ex-presidente também já havia acusado Bonadio e Stolbizer de tráfico de informações.

CRÍTICAS

A deputada e líder do GEN diz que começou a investigar Cristina por conta própria, sem a ajuda de terceiros, após analisar a declaração de bens da ex-chefe de Estado.

No documento, viu que Cristina tinha ações da empresa Hotesur, o que a fez buscar informações sobre a sociedade. Segundo Stolbizer, havia várias irregularidades na companhia, como falta de balanços, não pagamento de impostos e domicílio falso.

"Também descobri que, através dessa sociedade, os empresários contratados pelo Estado realizavam pagamentos milionários simulando o aluguel de quartos de hotel".

Essas acusações estão sob investigação da Justiça. Cristina nega que haja irregularidades.

Stolbizer ainda classifica os governos Kirchner (2003-2015) como "muito ruins" pelos resultados econômicos e sociais. Para a deputada, os ex-presidentes não conseguiram aproveitar um cenário favorável externo para fazer o país se desenvolver. "Fizeram ao contrário, foram anos e condições desperdiçadas".

De acordo com o kichnerismo, a economia argentina cresceu 65% entre 2005 e 2014. Dados do governo Macri aponta para uma alta de 45% no período.

O número de pessoas abaixo da linha da pobreza passou de 50,9% em 2003 (quando o país ainda sofria os reflexos da crise de 2001) para 29% no ano passado, segundo a Universidade Católica Argentina.

"Há que comparar a quantidade de pessoas nessa situação em função das condições que se teve", diz Stolbizer. Com informações da Folhapress.

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