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Estadia de Temer em Nova York leva a diversidade de manifestações

Nesta quarta-feira (21), três tipos de manifestante se posicionaram em frente ao hotel onde Michel Temer falou para cerca de 270 empresários

Estadia de Temer em Nova York leva 
a diversidade de manifestações
Notícias ao Minuto Brasil

19:35 - 21/09/16 por Folhapress

Mundo EUA

Com um mini-Pixuleco -o boneco inflável com Lula vestido de presidiário- escapando para fora da bolsa Louis Vuitton, bandeira do Brasil pendurada no outro ombro, uma manifestante passa com um cartaz verde-limão: "Moro: God bless you" (Moro: Deus o abençoe).

Ela grita o nome do juiz que aceitou a denúncia responsável por transformar o ex-presidente Lula em réu da Lava Jato pela segunda vez, na terça (20).Um rapaz envolto em um pano, onde se lê "Fora, Temer", rebate: "Golpista!".

Com três protestos simultâneos, a rua 55 de Manhattan, na altura da famosa Quinta Avenida, a poucos metros da Trump Tower, virou um microcosmo da polarização política no Brasil.

Nesta quarta-feira (21), três tipos de manifestante se posicionaram em frente ao hotel onde Michel Temer falou para cerca de 270 empresários que o Brasil vive um período de "extraordinária estabilidade".

Um criticava o governo, outro estava lá para defendê-lo, e um terceiro queria mesmo é atazanar o ministro das Relações Exteriores, José Serra.

A turma do Defend Democracy in Brazil (defenda a democracia no Brasil) persegue Temer desde que ele chegou em Nova York, no domingo (18), para a Assembleia Geral da ONU.

Para eles, o presidente é o oposto do que propõe o nome do grupo: antidemocrático. Há meses eles organizam atos contra o que julgam ser um golpe ("coup", em inglês) no Brasil: o impeachment de Dilma Rousseff.

Contrária ao atual governo, Luiza Nassif, 29, fez uma zine dedicada ao "sr. Fora Temer", que começa com um "teste": a foto do primeiro ministério do peemedebista, só com homens brancos.

"Encontre: 1) Uma mulher; 2) Um negro; 3) o Wally", sugere uma legenda. Só o protagonista sumido de "Onde Está o Wally?" aparece, inserido digitalmente.Há duas semanas, Temer apontou sua primeira e por ora única ministra, Grace Mendonça, nova chefe da Advocacia-Geral da União.

O Defend Democracy tem apreço por intervenções artísticas: na frente do hotel de luxo onde a comitiva brasileira se hospeda, dez pessoas usavam uma camiseta branca com tinta vermelha que simulava manchas de sangue. Cada peça vinha com uma letra da palavra democracia, que teria sido "golpeada".

Do outro lado da calçada, o humor é definitivamente anti-PT. "Lula is over" (Lula está acabado), dizia a cartolina preta com letras brancas.

Como o grupo rival, eles são poucos -não chegam a dez. Dirigiram de Boston, onde moram, até Nova York para dar apoio ao novo presidente, erguendo seus Pixulecos no ar.

"Não sei se ele é mau ou ruim, mas sei que ele tem na mão decisões que podem tirar o Brasil da crise", diz a psicóloga Cleimar Soares, 59.

A faxineira Lourdes Macedo, 56, lamenta vídeos que viu no YouTube: "Petistas queimando a bandeira do Brasil".

Ela repete, então, coro famoso em protestos contra o PT no país natal: "Minha bandeira é verde e amarela, jamais será vermelha", em alusão à cor do partido dos ex-presidentes Dilma e Lula.

O chanceler brasileiro era alvo da terceira manifestação, que a certa hora bradou em uníssono: "Serra, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!".

Mais numeroso (pelo menos duas dezenas), o grupo pedia melhores salários para servidores do Itamaraty, em greve desde agosto.

Eles pedem melhores salários e reclamam que o ministro até hoje não os recebeu, "A comunicação institucional ficou pior", diz Helder Pereira, porta-voz dos grevistas em Nova York. "E tem embaixador que acha que oficial da chancelaria [ala em greve] é da cozinha, que entramos pela porta dos fundos." Com informações da Folhapress.

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