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Mesmo sem novidades, retorno de "Gilmore Girls" deve agradar fãs

Para os nostálgicos, os quatro episódios dão conta de várias participações especiais

Mesmo sem novidades, retorno de "Gilmore Girls" deve agradar fãs
Notícias ao Minuto Brasil

19:39 - 25/11/16 por Folhapress

Mundo Série

Quase dez anos após o último episódio da sétima temporada, exibido em 2007 na televisão, "Gilmore Girls" volta com poucas novidades, muita nostalgia para agradar em cheio aos fãs e um novo formato.

Com o subtítulo "Um Ano para Recordar", o programa ressurge como uma espécie de minissérie em quatro superepisódios de 90 minutos, cada um ligado a uma estação do ano.

Para os que acompanhavam mais de perto a série, a grande notícia foi o retorno de Amy-Sherman Paladino ao roteiro. Criadora do show, Amy tocou o barco até a sexto ano, brigou com a Warner e não escreveu a temporada seguinte. Apesar de as críticas dos aficionados pelo programa recaírem apenas sobre a última temporada, "Gilmore Girls" já apresentava sinais de desgaste desde o quinto ano —para quem quiser refrescar a memória, a Netflix também resgatou a série na íntegra.

A série contava, e ainda conta, as aventuras, dramas e romances de Lorelai Gilmore (Lauren Graham), mãe solteira e independente, e sua filha, Rory (Alexis Bledel), adolescente devoradora de livros e estudante exemplar, que moram na bucólica e fictícia Stars Hollow, local apinhado de personagens exóticos. Com diálogos rápidos e uma metralhadora de referências pop, a trama parecia uma mistura de filme da Disney com uma excentricidade à la David Lynch.

Na época de seu lançamento, disputava a preferência (e perdia) com a queridinha "Friends" e a apimentada "Sex and the City". Apesar disso, encontrou seu público cativo, formado principalmente por meninas adolescentes e jovens mulheres, que torciam pelas protagonistas. Curioso perceber hoje que as fãs de Rory talvez se identifiquem mais com Lorelai.

CUIDADO - O CONTEÚDO ABAIXO PODE CONTER SPOILERS

Agora, Rory é uma mulher de 32 anos. Sua carreira de jornalista não decolou exatamente como ela esperava. Apesar dos bons textos e artigos publicados até na "New Yorker", ela tem dificuldade de conseguir um emprego fixo. Sua personagem é provavelmente a que traz mais dinâmica aos novos episódios. Também porque quase tudo continua como dantes em Stars Hollow, com a maioria dos atores retomando seus papéis —incluindo o impagável Kirk (Sean Gunn), uma das melhores criações de toda a série.

Porém, logo nas primeiras sequências de "Inverno", estação que abre "Um Ano para Recordar", uma ausência se faz notar: Edward Hermann. O ator que interpretava Richard Gilmore (pai de Lorelai) morreu em 2014. A ficção aproveita a deixa e começa mais ou menos no período da morte do patriarca dos Gilmore, tema, aliás, que serve para criar mais uma rusga entre Lorelai e sua mãe, Emily (Kelly Bishop), personagem que deixa de ser coadjuvante e ganha merecido destaque.

As excentricidades que marcaram a série estão lá: as reuniões da cidade chefiadas por Taylor (Michael Winters), os novos empregos de Kirk (ele lança o serviço Ööö-ber para concorrer com o Uber), o trovador cantando pelas ruas, a ranhetice de Luke (Scott Patterson) com novas tecnologias em sua lanchonete, que já não permitia o uso do celular (a piada agora é com o wi-fi), os chiliques de Paris (Liza Well) etc.

Mas são os interesses românticos de Lorelai e Rory que continuam no cerne da questão. Amy-Sherman respeitou a diretriz tomada na sétima temporada, mas tentou dar um jeito para manter as opções em aberto, principalmente com Rory. Os fóruns que pulularam na internet torcendo para o "time Jess", "time Dean" ou "time Logan" (namorados mais famosos de Rory) terão suas dúvidas sanadas —talvez todos saiam satisfeitos... ou não.

E as referências a David Lynch continuam fortes: em "Inverno", o ator Ray Wise (famoso como pai de Laura Palmer em "Twin Peaks") aparece como um antigo amigo de Richard; em "Outono", Lorelai e Luke vão ao cinema ver "Ereaserhead".

Para os nostálgicos, os quatro episódios dão conta de várias participações especiais, incluindo a do roqueiro Sebastian Bach (que integrava a banda de rock da cidade), e de Melissa McCarthy, atriz que mais se destacou desde 2007, estrelou sua própria série ("Mike & Molly") e se tornou uma comediante bem-sucedida nos cinemas.

Apesar de poucas novidades, "Um Ano para Recordar" não deve desagradar aos que acompanhavam a série. De quebra, finalmente todos vão saber quais são as quatro palavras que a criadora Amy-Shelly queria para fechar a trama. Elas não serão reveladas aqui, claro. Mas digamos que é possível afirmar que a partir delas dava para fazer até um "reboot".

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