Polícia etíope obriga brasileiros a defecar em imigração de aeroporto
Ao serem questionados, os agentes informaram que aquela era uma 'medida-padrão'
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Mundo Medida
Dois brasileiros acusam funcionários do aeroporto de Addis Abeba, na capital da Etiópia, de obrigá-los a defecar na frente de oficiais.
Após a aterrissagem, segundo informações do portal 'Por dentro da África', a jornalista Natalia da Luz e Pedro Tesler, acompanhados do moçambicano Albino Eusébio e do togolês Yodvo Anoni, tiveram que deixar os passaportes nas mãos de um agente e foram levados para uma sala da polícia, onde souberam da ‘medida de segurança’.
“Nem revistaram as roupas. Deram uma olhada na bagagem de mão e levaram Albino para outra sala, onde imaginávamos que houvesse o raio-X. Albino retornou aos berros, dizendo que se recusaria a tamanho absurdo: ser obrigado a defecar na frente dos agentes”, narra Natalia.
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Ao serem questionados, os agentes informaram que aquela era uma 'medida-padrão'.
"Vocês podem ter ingerido alguma substância e ela pode estar no estômago de vocês. Qual o problema em fazer cocô”?, ironizou um deles.
Veja a nota da jornalista:
Além de todo o absurdo e de uma monumental inabilidade dos agentes, ficaram evidentes o preconceito e o racismo na conduta dos policiais. Dificilmente eles submeteriam um cidadão de passaporte britânico, canadense ou estaduniense a tamanho absurdo.
Procedimentos como esses são ilegais e precisam ser denunciados. Além disso, há perguntas que precisam ser feitas: obrigar um passageiro a defecar está em qual lei, em qual manual de conduta ou em qual protocolo de segurança? Como o grupo (dois brasileiros, um togolês e um moçambicano) se tornou suspeito? Por que não foram feitos revista física ou raio-X se havia qualquer suspeita contra os passageiros?
Não podemos nos calar diante de ações que ferem a liberdade e que são tomadas de forma despropositadas sem qualquer justificativa. Denunciar às autoridades e ao público ajuda a combater novos abusos.