País fez exercício de simulação duas horas antes
Para o presidente mexicano, o exercício pode ter levado a que algumas pessoas tenham permanecido em casa por acharem que houvesse um erro nos alarmes sismológicos
© REUTERS / Carlos Jasso
Mundo Terremoto
Os moradores da maioria dos Estados do México haviam feito nesta terça-feira (19) um exercício geral de simulação de terremoto às 11h (13h em Brasília), pouco mais de duas horas antes do terremoto de magnitude 7,1 que atingiu o país.
O ensaio de esvaziamento de prédios e casas é uma prática do chamado Dia Nacional da Defesa Civil, comemorado em 19 de setembro em memória do terremoto de 1985, que deixou ao menos 10 mil mortos na capital e na região central –a mesma atingida nesta terça.
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Para o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, a realização do exercício pode ter levado a que algumas pessoas tenham permanecido em casa por acharem que houvesse um erro nos alarmes sismológicos.
A simulação havia sido cancelada em cinco Estados pelo risco de pânico entre a população ainda afetada pelo terremoto do dia 7: Oaxaca, Michoacán, Guerrero, Puebla e México.
Embora a magnitude tenha sido mais baixa que os dos tremores de 32 anos atrás (8) e do dia 7 (8,1), este foi o mais próximo da capital mexicana. O primeiro foi registrado no mar perto de Lázaro Cárdenas, no Estado de Michoacán, a 400 km da Cidade do México.
O epicentro do seguindo foi perto de Pijijiapan, no Estado de Chiapas, a 700 km. Na ocasião, os danos registrados foram menores e as mais de 2.300 réplicas dos últimos 12 dias foram sentidas de forma leve na metrópole, diferentemente do que ocorreu na região atingida, no sudoeste mexicano.
Ao canal Milenio, a chefe do Serviço Sismológico Nacional, Xyoli Pérez, disse que não há relação entre os abalos desta terça e do dia 7. Além da proximidade, ela afirma que o solo da região deve contribuir para que os danos sejam maiores.
A Cidade do México e sua região metropolitana, que tem 25 milhões de habitantes, foram assentados sobre o lago de Texcoco, em um solo instável. Exemplos de sua fragilidade são a Catedral e a Basílica de Guadalupe, que estão afundando.
Na entrevista, Pérez reiterou que não é possível prever um terremoto, mas o Serviço Sismológico estimava que, devido à acomodação das placas tectônicas, o México poderia sofrer um terremoto de alta magnitude.
A chefe do órgão havia comentado essa possibilidade em entrevista, no dia 12. "Não podemos prever quando vai acontecer, mas pode ser em dias, semanas ou anos." Com informações da Folhapress.