A guerrilha colombiana do Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciou, nesta terça-feira (20), que nomeou seu principal líder, Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como "Gabino", como negociador para os diálogos de paz com o governo.

Atualmente ele se encontra em Cuba, sede dos diálogos, depois que o governo da Colômbia exigiu sua detenção.

Numa carta enviada ao alto comissário para a paz, Miguel Ceballos, o grupo rebelde informou que Gabino é agora um membro da delegação nos diálogos de paz. A carta data de 10 de novembro e foi mais tarde publicada na rede social Twitter. 

"O Comando Central também nomeia o comandante Nicolás Rodríguez Bautista, que neste momento se encontra em Cuba, como membro representante do ELN", afirma a carta.

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O escritório do alto comissariado para a paz confirmou a nomeação por parte do ELN, mas garantiu que a aprovação da mesma é "um poder exclusivo" do presidente da Colômbia, Iván Duque.

Pouco depois, o governo colombiano solicitou a Cuba a efetivação do "alerta vermelho" da Interpol contra o líder da ELN, com vista à sua extradição.

O presidente Iván Duque, que tomou posse em agosto, tem num dos seus maiores desafios a assinatura de um pacto com o ELN, que não chegou a acordo com o anterior chefe de Estado Juan Manuel Santos.

O ELN é considerado o último grupo rebelde do país, depois do desarmamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), transformadas em partido político na sequência do histórico acordo de paz assinado no final de 2016.

Nascido como as FARC, em 1964, durante uma revolta camponesa, o ELN conta ainda com perto de 1.500 guerrilheiros. De acordo com as autoridades colombianas, o grupo financia-se através do tráfico de drogas e de minas ilegais.