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Rebeldes e governo chegam a acordo para troca de prisioneiros no Iêmen

Decisão é o primeiro resultado concreto das conversas de paz realizadas na Suécia

Rebeldes e governo chegam a acordo para troca de prisioneiros no Iêmen
Notícias ao Minuto Brasil

14:24 - 06/12/18 por Folhapress

Mundo Conflito

Os dois lados que participam da guerra civil no Iêmen concordaram, nesta quinta-feira (6), em realizar uma troca de prisioneiros, no primeiro avanço concreto das conversas para um acordo de paz realizadas na Suécia. 

"Estou feliz em anunciar a assinatura de um acordo para a troce de prisioneiros", disse o enviado da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths, logo no início da negociação. Segundo ele, com a decisão milhares de famílias vão poder se reunir.

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Segundo a Cruz Vermelha, ao menos 5.000 pessoas devem ser liberadas com o acordo. 

O representante da ONU e a ministra de Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallstrom, são os responsáveis por mediar o diálogo entre o governo iemenita -apoiado pela coalizão liderada pela Arábia Saudita- e os rebeldes houthi, apoiados pelo Irã.

Um castelo na cidade de Rimbo, ao norte de Estocolmo, foi o local escolhido para sediar as conversas. Esta é a primeira vez desde 2016 que os dois lados do conflito enviam representantes para o diálogo, aumentando assim a possibilidade de algum tipo de acordo. 

Milhares de pessoas já morreram no conflito desde 2015, que deixou cerca de 14 milhões de pessoas sob risco de passar fome. A ONU já classificou a situação no país como a maior crise humanitária da atualidade. 

A pressão por uma resolução aumentou após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, morto no consulado saudita em Istambul, na Turquia.

O caso fez diminuir o apoio ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, principal idealizador e defensor do apoio de Riad ao governo iemenita. O líder saudita é suspeito de ter ordenado a morte do jornalista, um antigo crítico seu.

Apesar dos apoios de países da região, nenhum dos lados consegue avançar e a conflito segue em um impasse.

Os houthis controlam a capital, Sanaa, e a maior parte das áreas mais populosas, enquanto o governo segue sendo reconhecido pela maior parte da comunidade internacional, embora tenha sido obrigado a se deslocar para a cidade de Aden, no sul.

Griffiths, da ONU, disse que a retomada do diálogo é um marco e disse que vai buscar um acordo que envolva a reabertura do aeroporto de Sanaa, o respeito ao Banco Central e a implementação de um cessar-fogo em Hodeidah, o principal porto do país. O local está sob poder dos houthis, mas a coalizão do governo lançou uma campanha para retomá-lo.

Um acordo que envolva estes três pontos poderia ainda ser ampliado para incluir o fim dos ataques aéreos realizados pela coalizão, que já mataram milhares de civis, e dos lançamentos de mísseis dos houthis contra cidades sauditas.

Uma fonte da ONU disse à agência de notícias Reuters que os dois lados ainda estavam longe de concordar com as três questões, especialmente sobre quem deveria administrar o porto de Hodeidah e se os houthis deveriam abandonar inteiramente a cidade. 

A ONU está tentando evitar um ataque em larga escala ao local, o ponto de entrada para a maioria dos bens e ajuda comercial do Iêmen. 

A outra rota principal dentro e fora do território houthi é o aeroporto de Sanaa, mas o acesso é restrito pela coalizão liderada pela Arábia Saudita que controla o espaço aéreo.

O chefe do Supremo Comitê Revolucionário dos houthis, Mohammed Ali al-Houthi, disse nas redes sociais que se nenhum acordo for fechado para reabrir o aeroporto, seu grupo irá bloquear todos os acessos ao local, incluindo veículos da ONU e de ajuda humanitária. Com informações da Folhapress.

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