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França pede à Renault substituição de Ghosn, preso por fraude

Nissan e Mitsubishi já o destituíram do posto de presidente de seus conselhos administrativos no fim de novembro, pouco depois de sua detenção

França pede à Renault substituição de Ghosn, preso por fraude
Notícias ao Minuto Brasil

21:19 - 17/01/19 por Folhapress

Mundo Ex-presidente

O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, pediu que seja convocada nos próximos dias uma reunião do conselho administrativo da Renault para designar o sucessor de seu presidente-executivo, Carlos Ghosn, preso no Japão.

"Sempre indiquei, lembrando a presunção da inocência de Carlos Ghosn, que, se fosse ser preso de forma definitiva, deveríamos passar para uma nova etapa. Estamos nela", afirmou à emissora LCI.

Nissan e Mitsubishi já o destituíram do posto de presidente de seus conselhos administrativos no fim de novembro, pouco depois de sua detenção.

O Tribunal de Tóquio rejeitou nesta quinta-feira (17) recurso dos advogados de Ghosn, que tentavam reverter uma decisão que negou conceder liberdade sob fiança ao executivo.

Com isso, Ghosn, que tem nacionalidades brasileira, francesa e libanesa, deve ficar em prisão provisória pelo menos até 10 de março.

Vários enviados do governo francês estão em Tóquio para tratar do caso Renault-Nissan.

"Pedi explicitamente, como acionista de referência, que o conselho de administração da Renault seja convocado nos próximos dias", disse Le Maire.

+ Ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn nega acusações de fraude fiscal

O governo francês é o maior acionista da Renault, com 15,01% do capital. A Nissan tem 15%, mas sem direito de voto na assembleia-geral. Já a Renault controla 43% da Nissan, que salvou da quebra há quase 20 anos.

"Desejamos que esse conselho administrativo nomeie uma nova governança permanente para a Renault", afirmou Le Maire, que respondeu afirmativamente quando questionado se isso significava que Ghosn seria substituído.

O ministro elogiou Jean-Dominique Sénard, presidente da Michelin, cujo nome circula na imprensa como possível novo presidente-executivo da Renault.

Desde que foi preso, no dia 19 de novembro, Ghosn aguarda um julgamento que ainda pode demorar seis meses para começar.

O executivo é alvo de três acusações, por abuso de confiança e outras infrações financeiras, como supostamente transferir perdas pessoais com investimentos para a Nissan e ocultar parte sua renda durante três anos. Ele nega todas as acusações.

+ Ghosn, ex-Nissan, tem febre alta na cadeia no Japão

O principal advogado do executivo de 64 anos, Motonari Otsuru, disse anteriormente que rejeita o motivo pelo qual a Justiça havia decidido manter Ghosn preso. A alegação foi a de risco de fuga, assim como de ocultação ou destruição de provas.

Com acusações mais leves, o então braço direito de Ghosn, Greg Kelly, também detido, teve seu pedido de liberdade sob fiança aceito em 25 de dezembro.

Carole Ghosn, mulher do brasileiro, criticou as "duras condições" da detenção, em carta à Human Rights Watch, e pediu que a organização de defesa dos direitos humanos pressione o Japão a reformar seu sistema prisional. Com informações da Folhapress.

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