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Segurança é reforçada na fronteira da Crimeia com a Ucrânia

A fronteira é exígua, e há cercas de segurança dos dois lados

Segurança é reforçada na fronteira da Crimeia com a Ucrânia
Notícias ao Minuto Brasil

14:51 - 16/03/19 por Folhapress

Mundo cinco anos

SEBASTOPOL, RÚSSIA (FOLHAPRESS) - O governo da Rússia reforçou o controle da faixa de fronteira entre a Crimeia e a Ucrânia neste fim de semana, quando são celebrados os cinco anos da anexação da península no mar Negro pelo Kremlin.

A unificação, como Moscou e a maioria esmagadora dos moradores da região chama, ocorreu em 2014 após o governo pró-russo de Kiev ser derrubado por um golpe. O presidente Vladimir Putin buscou uma resposta política rápida e incentivou com infiltração militar a realização de um referendo em 16 de março pelas autoridades crimeias, que decidiu pela reintegração do território à Rússia -de quem havia sido separado em 1954 em um gesto político da liderança soviética.

Crimeia vive limbo geopolítico cinco anos depois de anexação

A fronteira é exígua, e há cercas de segurança dos dois lados. Os ucranianos instalaram a deles em 2015, uma versão simples de grades e arame farpado.

O modelo russo acabou de ser colocado ao longo de 60 km em dezembro, e conta com sensores de movimento e câmeras. A reportagem tentou visitá-la, mas foi impedida por um bloqueio policial porque não tinha um veículo autorizado ou um visto ucraniano que justificasse seguir a estrada até o controle fronteiriço.

Além disso, há diversos bloqueios nas estradas da península, além de uma presença ostensiva de policiais e militares nas ruas das principais cidades, como Sebastopol e Ialta.

Neste ano, o quinto aniversário da anexação foi diluído pelo Kremlin. Para alguns analistas, isso visa tirar peso das dificuldades econômicas que ainda cercam a península, mas para outros o objetivo de Putin é evitar reforçar a candidatura presidencial do "outsider" Volodimir Zelenski, um comediante que está à frente nas pesquisas para o primeiro turno da eleição presidencial do vizinho no próximo dia 3.

Rivais tradicionais, como o presidente Petro Porochenko ou a ex-premiê Iulia Timochenko, são mais palatáveis ao jogo proposto pelo Kremlin.

Em Moscou, as celebrações foram dispersas por 13 locais diferentes. Na Crimeia, cada cidade adotou uma dinâmica. Na capital, Simferopol, a sexta-feira (15) viu um comício que teve como destaque dois ex-adversários de Putin: o líder neocomunista Gennadi Ziuganov e o ultranacionalista Vladimir Jirinovski.

Rivais do presidente em pleitos passados, eles beijaram a cruz putinista ao fazer lôas à anexação –um tema altamente popular para a opinião pública russa.

Em Sebastopol, houve uma carreata de motociclistas ao estilo do grupo americano Hell´s Angels na manhã do sábado (16).

O principal evento previsto é um show musical na segunda-feira (18) na praça Nakhimov, a principal da cidade, na confluência da avenida homônima que homenageia um almirante famoso da Guerra da Crimeia e outra que leva o nome do líder soviético Vladimir Lênin.

Lá foram colocados seis veículos militares, com destaque a uma bateria de lançador de mísseis antinavio Bal, usada pela Frota do Mar Negro –que é baseada na cidade.

Pais colocavam crianças para brincar em cima de um blindado de transporte de pessoal, que serviu como brinquedo mais disputado no local. Meninas e meninos subiam nos veículos e até tiravam selfies com celulares. O resto da cidade vivia um dia normal de feriado.

Segunda, o dia em que o Kremlin ratificou a unificação, é feriado e Putin deverá fazer uma rápida visita a um das duas usinas termelétricas a gás que serão inauguradas para sacramentar a independência energética da península.

Elas estiveram no centro de um pequeno escândalo, quando a mídia ucraniana acusou a empresa alemã Siemens de fornecer as turbinas das plantas, violando assim o embargo ocidental a qualquer negócio em território crimeu. A Siemens e a Rostec, responsável pelas usinas, negaram a acusação.

Neste sábado, o Kremlin também criticou a União Europeia por ter ampliado o rol de sanções devido ao incidente no qual a Rússia aprisionou 24 marinheiros ucranianos no estreito de Azov, no leste da Crimeia, no fim do ano passado.

Segundo o governo, haverá retaliações. A Ucrânia chegou a decretar lei marcial devido ao incidente, visto por analistas como algo menor, mas que serviu ao discurso de campanha reeleitoral do presidente Porochenko.

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