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Vagas para bebês são maior gargalo em creche em SP

O número de matriculados era de 288.924. A redução da fila tem sido um desafio para as últimas gestões da cidade

Vagas para bebês são maior gargalo em creche em SP
Notícias ao Minuto Brasil

15:25 - 15/09/17 por Folhapress

Brasil Prefeitura

A falta de vagas para bebês é o principal gargalo que a Prefeitura de São Paulo, sob a gestão João Doria (PSDB), enfrenta para acabar com a fila para o atendimento nas creches da cidade. Segundo dados da administração municipal, 104.268 crianças estavam na fila da creche no dia 30 de junho. O número de matriculados era de 288.924. A redução da fila tem sido um desafio para as últimas gestões da cidade.

O site Pátio Digital, que também usa os dados da prefeitura, mostra que as crianças menos atendidas são as que têm até dois anos, em especial no primeiro ano de vida, quando a fila chega a ser maior do que o total de bebês matriculados. Em 30 de abril, havia 30.673 bebês de até um ano na fila de espera e apenas 25.384 matriculados.

De 1 a 2 anos, havia 35.666 bebês na fila de espera e 64.118 matriculados. As duas faixas etárias somadas tinham 65 mil crianças à espera de vaga em abril, quando a fila total, naquele mês era de 90 mil.A dificuldade em conseguir matricular os bebês na creche tem levado os pais a buscar o atendimento da Defensoria Pública, na esperança de que uma ação judicial garanta a vaga.

É o caso de Joelma Mendes, 25, que nesta quinta (14) amamentava a filha Beatriz enquanto aguardava na fila para ser atendida. A menina completa quatro meses no próximo dia 18, mesmo dia em que a mãe precisa retornar ao trabalho, em uma fábrica.

"Ela está na fila desde junho. Como tenho de voltar a trabalhar, procurei a Defensoria porque não sei o que fazer."Moradora do Parque Novo Mundo (zona norte), ela diz que a menina está no número 335 da fila do bairro e que não acredita que será chamada a tempo para o retorno ao trabalho. "Não sei o que vou fazer, porque não tenho com quem deixá-la e preciso do emprego", afirma.

NORMAL

O secretário da Educação da gestão João Doria (PSDB), Alexandre Schneider, afirmou que é normal que os bebês de até um ano sejam o principal grupo na fila de espera das creches. "Para abrir uma vaga de berçário 1 em 2017, preciso garantir que exista a de berçário 2 em 2018 e assim por diante. Uma criança não pode entrar na rede e ser excluída depois", afirma Schneider.

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Ele também diz que o fato de existir uma fila faz com que as pessoas procurem fazer a inscrição antecipadamente. "A mãe busca a creche assim que a criança nasce, para tentar garantir a vaga antes", diz. Segundo Schneider, a secretaria vai priorizar a criação de vagas na zona sul, onde estão concentrados os bairros onde há o maior número de alunos na fila de espera. A Cidade Ademar, Jardim Ângela, Grajaú, Capão Redondo e Jardim São Luís são, nesta ordem, onde há mais crianças fora das creches.

Até agora, ele diz que a atual gestão criou 7.000 vagas nas creches. Mãe dos gêmeos Pietro e Enzo, de cinco meses, a auxiliar de limpeza Michele Francisca de Souza, 26, diz que os bebês estão na fila de espera por vagas na creche desde que nasceram. "Disseram que iam chamar quando eles completassem quatro meses, mas até agora nada", afirmou, com Pietro no colo.

Ela mora no Jabaquara (zona sul) e estava nesta quinta na Defensoria. Para conseguir ir trabalhar, ela conta com a ajuda de familiares, que ficam com os meninos.

COMPROMISSO

O prefeito em exercício de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e o secretário de Educação, Alexandre Schneider, assinaram nesta quinta um compromisso de criar 85,5 mil vagas nas creches da cidade até 2020. O acordo foi assinado no Tribunal de Justiça, por conta de duas ações ações civis públicas iniciadas em 2008 e 2010 por entidades de defesa do direito à educação. O Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado também atuaram na ação contra a prefeitura.

Pelo acordo firmado, a prefeitura terá de priorizar as regiões onde há filas maiores por vagas, fazer investimentos na melhoria da qualidade do serviço prestado, com a diminuição no número de turmas por ambiente, de crianças por educador, garantir atividades de formação para os educadores da rede própria e conveniada e acabar até 2018 com o credenciamento de creches sem área externa para os alunos.

A prefeitura também se comprometeu a entregar à Justiça, até dezembro deste ano, um diagnóstico regionalizado com os números de matrículas, de crianças na fila de espera, de alunos por educador por etapa e a existência de área externa nas unidades. Com informações da Folhapress.

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