Madri fecha cerco para impedir referendo na Catalunha
Após início de campanha, governo reforçou controle sobre gastos
© REUTERS/Albert Gea
Mundo Espanha
O governo de Madri está usando todos os dispositivos legais possíveis para impedir que a região da Catalunha faça seu referendo separatista, conforme desejam os líderes catalães, no próximo dia 1º de outubro.
Após bloquear sites com cunho separatista e ameaçar processar cerca de 700 prefeitos catalães que apoiam o referendo, o governo de Mariano Rajoy decidiu reforçar o controle sobre as contas regionais e informou que irá pagar diretamente os salários dos serviços públicos da Catalunha.
Segundo o ministro das Finanças espanhol, Cristobal Montoro, a medida é para evitar que grandes quantias de dinheiro público sejam usadas para o referendo. Madri ainda deu 48 horas para que os catalães apresentem todos os gastos com o serviço público na região.
A decisão surge menos de um dia depois de defensores da separação iniciarem a campanha online e nas ruas a favor do voto "sim" no referendo. Até por conta disso, a Guarda Civil fez apreensões em duas tipografias e apreendeu uma quantidade grande de material favorável à independência da Catalunha.
Já sobre o presidente regional catalão, Carles de Puigdemont, o governo Rajoy "não exclui nada", informou o porta-voz do Executivo, Inigo Mendez de Vigo. Recentemente, o premier espanhol ameaçou ativar o artigo 155 da Constituição do país para retirar a "autonomia" da Catalunha e de Puigdemont.
Do outro lado, o líder catalão enviou uma carta ao rei Felipe VI e a Rajoy pedindo "diálogo" entre todas as partes.
"Os conflitos políticos são resolvidos nos sistemas democráticos através de propostas políticas, resultados de negociações e diálogo", escreveu no documento que também foi assinado pelo vice-presidente, Oriol Junqueras, pela líder no Parlamento, Carme Forcadell, e pela prefeita de Barcelona, Ada Colau. (ANSA)