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Primeiro-ministro ressurge forte e vence eleições antecipadas no Japão

Com maioria ampla na Câmara, espera-se que o primeiro-ministro priorize a revisão da Constituição pacifista do Japão

Primeiro-ministro ressurge forte e vence eleições antecipadas no Japão
Notícias ao Minuto Brasil

18:27 - 22/10/17 por Folhapress

Mundo Legislativas

A chuva intensa e os fortes ventos trazidos pela passagem do tufão Lan não atrapalharam os planos da coalizão governamental do primeiro-ministro Shinzo Abe, que conquistou uma vitória ressonante nas eleições legislativas antecipada de domingo, dia 22, no Japão.

De acordo com as pesquisas de boca de urna feitas pelas principais emissoras de tevê e pelos jornais, o Partido Liberal Democrata e o aliado Komeito garantiram dois terços das 465 vagas para a Câmara Baixa, que equivale à Câmara dos Deputados no Brasil.

É praticamente certo que Abe conquiste então o terceiro mandato, entrando assim para a história como o líder que mais ficou no cargo após a Segunda Guerra Mundial. Ele está no poder desde 2012 -e pode continuar no cargo até 2021-, após uma rápida e desastrosa passagem entre 2006 e 2007.

Com a maioria ampla na Câmara, analistas políticos preveem que o primeiro-ministro deve colocar como pauta prioritária uma ambição antiga: rever a Constituição pacifista do Japão.

A situação, no entanto, pode não ser tão encorajadora para as forças pró-Abe.

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Pesquisas divulgadas neste domingo pelas mídias japonesas mostraram um paradoxo: grande parte da população tem uma frustração acumulada com o governo do primeiro-ministro, justamente por causa da ideia irredutível de Abe de querer mudar o artigo 9 da Constituição, na qual diz que o Japão renuncia à guerra.

Uma das pesquisas, realizada pelo jornal liberal Asahi, apontou que 51% dos entrevistados não queriam que Abe continuasse como líder do país. O forte contraste em relação aos resultados das urnas é justificado na pesquisa pela falta de uma melhor opção.

O Partido da Esperança, criado no final de setembro pela governadora de Tóquio, Yuriko Koike, surgiu como uma grande ameaça no começo da campanha eleitoral. Mas as fracas propostas e a decisão de Koike de não concorrer ao pleito fizeram o partido perder força e, de acordo com as pesquisas, o partido deve suar para manter os 57 lugares ocupados pelos candidatos antes da dissolução da Câmara.

A surpresa é o também oposicionista Partido Democrático do Japão, que deve aumentar sua posição e ganhar força, subindo de 16 assentos para 58, de acordo com as projeções.

COREIA DO NORTE

Este é um notável momento para Abe, cujo controle do poder começou a escorregar de suas mãos no final do primeiro semestre, quando uma série de acusações de favorecimentos, gafes e encobrimentos de erros derrubaram sua popularidade.

Acusado pela oposição de insipiente para continuar no cargo, o primeiro-ministro conseguiu reverter a situação após assumir uma postura mais rígida contra as ameaças da Coreia do Norte - que chegou a disparar dois mísseis que sobrevoaram o território japonês -, e prometer usar o dinheiro arrecadado com o imposto sobre consumo na educação e na previdência, ao invés de pagar a dívida interna, como era previsto.

"Nós não podemos mais nos deixar enganar pela Coreia do Norte. Não podemos sucumbir às suas ameaças. Temos que garantir que os norte-coreanos não tenha outra opção senão mudar sua política e retornar à mesa de negociações", disse Abe no último discurso político antes das eleições.

TUFÃO

As eleições legislativas, na qual cerca de 100 milhões de japoneses estavam habilitados a participar, foi baixa devido à passagem do tufão. Classificado como "super forte", muitas cidades emitiram aviso de evacuação e os moradores foram encaminhados para abrigos.

Pouco antes das 20h, quando se encerrou o pleito, a participação dos eleitores era de apenas 30% em todo o país.

No entanto, não estavam sendo computados os votos antecipados, o que é permitido no Japão alguns dias antes da eleição oficial. Um total de 21,4 milhões de japoneses já haviam depositado seus votos nas urnas.

A apuração de todos os votos deve atrasar, segundo divulgou o governo, por que em algumas ilhas o serviço de balsas foi suspenso por causa da passagem do tufão. Outros lugares tiveram estradas fechadas, por perigo de deslizamentos, além de centenas de voos cancelados. Com informações da Folhapress.

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