Ex-deputado André Vargas nega recebimento de propina
Segundo denúncia, ex-parlamentar recebeu cerca de R$ 2,4 milhões em propina para influenciar na contratação de empresa de Marcelo Simões
© Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Política Inocente
O ex-deputado federal André Vargas (ex-PT-PR) negou nesta sexta-feira (1º), em interrogatório ao juiz Sergio Moro, que tenha recebido vantagens indevidas por meio de contratação de empresa de informática pela Caixa Econômica Federal.
Segundo a denúncia, o ex-parlamentar recebeu cerca de R$ 2,4 milhões em propina para influenciar na contratação, por R$ 71,3 milhões, da empresa IT7, de Marcelo Simões, em dezembro de 2013.
Análise do TCU (Tribunal de Contas da União) indicou que o contrato não seguiu padrões legais e foi celebrado com quantidades e valores acima do necessário.
A lavagem da propina teria sido realizada por meio de empresas de Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef.
+ PF diz que PGR impediu continuidade de investigação sobre Renan
Em depoimento prestado em 2015, Youssef disse que foi procurado por Leon Vargas, irmão do deputado, para que realizasse a lavagem do dinheiro.
A Moro, André Vargas negou que tenha recebido valores pelo irmão e afirmou que mantinha relações com Youssef "à luz do dia".
"Eu sou inocente. Só fiz política, não fiz patrimônio", disse ele.
O ex-parlamentar está preso desde abril de 2014 e já foi condenado na primeira instância em outros dois processos. Em setembro de 2015, foi sentenciado a 14 anos e 4 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Nesta ação, foi acusado de ter recebido propina da agência de publicidade Borghi Lowe para influenciar sua contratação pela Caixa e pelo Ministério da Saúde.
Em abril de 2017, Vargas foi condenado novamente por lavagem e teve a pena firmada em 4 anos e meio.A primeira condenação já foi confirmada na segunda instância. Na ocasião, a pena foi reduzida em seis meses.
O ex-parlamentar, que chegou a ser vice-presidente da Câmara dos entre 2013 e 2014, foi o primeiro político condenado na Lava Jato. Com informações da Folhapress.