Gene BRCA aumenta risco de câncer, mas não influencia sobrevivência
Estes resultados são relevantes para entender melhor o tratamento do câncer da mama
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As probabilidades de sobrevivência ao câncer da mama não variam entre mulheres jovens com a mutação genética BRCA, que suscita um elevado risco de desenvolvimento dessa condição, e as que não a têm, indica um estudo.
"O nosso estudo é o maior que se desenvolveu neste campo e os nossos resultados indicam que, quando iniciam o tratamento, as mulheres jovens com a mutação BRCA que sofrem de câncer da mama têm uma probabilidade de sobrevivência idêntica àquelas que não são portadoras do gene", comentou a professora Diana Eccles, da Universidade de Southampton (Reino Unido), autora da investigação, publicada pela revista britânica "The Lancet".
Estes resultados são relevantes para entender melhor o tratamento do câncer da mama, particularmente no âmbito da cirurgia preventiva.
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"Às pacientes com o gene BRCA geralmente oferece-se uma mastectomia dupla após o diagnóstico ou tratamento com quimioterapia. Contudo, os nossos resultados sugerem que não há razão para se escolher efetuar esta cirurgia imediatamente", explicou Diana Eccles.
Segundo a investigadora, a longo prazo seria possível discutir opções preventivas, mas levando em consideração as preferências pessoais das pacientes.
O estudo, realizado entre janeiro de 2000 e janeiro de 2008, incluiu 2.733 mulheres de entre 18 e 40 anos, das quais 338 (12%) apresentavam uma qualquer variação do gene BRCA, todas elas em tratamento após o primeiro diagnóstico de câncer da mama.
Peter Fasching, médico especialista no tratamento desta doença, indicou que "saber que as mutações BRCA1 e BRCA2 não mudam o prognóstico da paciente poderá alterar o tipo de terapia utilizada para minimizar riscos". As mulheres que apresentam uma mutação BRCA têm até 80% de probabilidades de desenvolver câncer da mama ou de ovários.