Papa nomeia brasileiro para comissão antipedofilia
Mandato do colegiado foi renovado neste sábado (17)
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Mundo Vaticano
O papa Francisco reativou neste sábado (17) a Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, órgão que havia sido criado por ele para combater a pedofilia na Igreja Católica e cujo mandato terminara no fim de 2017.
Com 16 membros, o colegiado será presidido novamente pelo arcebispo de Boston, cardeal Sean O'Malley, que criticara Jorge Bergoglio abertamente por causa de sua postura em relação a um bispo chileno acusado de acobertar casos de abuso sexual.
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Entre os integrantes da comissão está um brasileiro, Nelson Giovanelli Rosendo dos Santos, fundador da comunidade Fazenda da Esperança, que atua em Guaratinguetá (SP) e ajuda na recuperação de jovens dependentes químicos.
O órgão também terá comissários de países como Austrália, Etiópia, Holanda, Índia, Itália, Reino Unido e Tonga, incluindo vítimas de pedofilia na Igreja, cujas identidades serão mantidas em sigilo.
"Desde a fundação da comissão, pessoas que sofreram abusos ou pais de vítimas foram membros. Como é de praxe, respeitamos o direito de cada pessoa que foi abusada de revelar ou não suas próprias experiências", diz uma nota da Santa Sé.
Na primeira versão da comissão, duas vítimas de pedofilia, a irlandesa Marie Collins e o britânico Peter Saunders, abandonaram suas funções por uma suposta falta de cooperação por parte de outros departamentos da Cúria Romana.
Polêmica
Em janeiro passado, durante sua visita ao Chile, o Papa irritou vítimas de abusos sexuais ao defender publicamente o bispo de Osorno, Juan Barros, acusado de acobertar crimes praticados pelo padre Fernando Karadima, condenado pelo próprio Vaticano. Em determinado momento, Francisco chamou as denúncias contra Barros de "calúnias".
A postura motivou críticas do cardeal O'Malley, que afirmou que as palavras do Pontífice podiam desencorajar novas acusações de pedofilia e relegavam os "sobreviventes a um exílio desacreditado". Pouco depois, Francisco mandou um enviado especial ao Chile para aprofundar as investigações sobre o caso Barros.
"O Santo Padre assegurou a continuidade do trabalho da nossa comissão, que é aquele de assistir as igrejas locais de todo o mundo em seus esforços para proteger das feridas todas as crianças, os jovens e os adultos vulneráveis", afirmou o arcebispo de Boston neste sábado.
A sessão de abertura do colegiado foi marcada para abril, com um encontro privado entre vítimas de pedofilia. Com informações da ANSA.