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Lava Jato não chegará no Judiciário, diz ministra aposentada do STJ

Segundo Eliana Calmon, advogados dos colaboradores impedem que delatores falem de magistrados

Lava Jato não chegará no Judiciário, diz ministra aposentada do STJ
Notícias ao Minuto Brasil

14:06 - 13/03/18 por Folhapress

Política Opinião

A ex-corregedora nacional de Justiça e ministra aposentada do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Eliana Calmon diz que a Lava Jato não chegará no Judiciário, pois os advogados dos colaboradores impedem que os delatores falem de magistrados.

Ao que tudo indica, ela reviu a previsão que fez, em 2017, de que a Lava Jato, por uma questão estratégica, pegaria o Judiciário num segundo momento.

Eis trecho da entrevista que ela concedeu na semana passada à TV Migalhas, durante a 16ª Conferência da Advocacia Mineira, em Juiz de Fora (MG): "Ela [a Lava Jato] é efetiva, acho que não vai chegar no Poder Judiciário. Eu já estive conversando com os integrantes da força-tarefa. O que eles dizem é o seguinte: os próprios advogados dos colaboradores não querem que os seus clientes falem sobre os juízes. Porque, fala sobre os juízes, os juízes ficam e os advogados se inutilizam, porque o juiz nunca mais perdoa. Existe o espírito de corpo. O advogado não quer que haja denúncia. Sem a denúncia, fica muito difícil".

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Em abril do ano passado, a ex-corregedora havia feito avaliação oposta em entrevista à Folha de S.Paulo. "No meu entendimento, a Lava Jato tomou uma posição política. É minha opinião pessoal. Ou seja, pegou o Executivo, o Legislativo e o poder econômico, preservando o Judiciário, para não enfraquecer esse Poder. Entendo que a Lava Jato pegará o Judiciário, mas só numa fase posterior, porque muita coisa virá à tona. Inclusive, essa falta tem levado a muita corrupção mesmo. Tem muita coisa no meio do caminho. Mas por uma questão estratégica, vão deixar para depois."

Um ano depois, Eliana volta a afirmar que é muito difícil punir juiz. "Eu era magistrada de carreira, era uma ministra, estava na corregedoria, eu sofri horrores. Para fazer uma investigação financeira de desembargador quase fui crucificada". Com informações da Folhapress.

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