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Frota apresenta terceiro pedido de impeachment de Bolsonaro

Outros dois pedidos de impeachment contra Bolsonaro foram protocolados na Câmara esta semana.

Frota apresenta terceiro pedido de impeachment de Bolsonaro
Notícias ao Minuto Brasil

20:00 - 19/03/20 por Estadao Conteudo

Política Impeachment

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) apresentou nesta quinta-feira, dia 19, o terceiro pedido de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). A peça alega que o mandatário cometeu crime de responsabilidade ao ajudar a convocar as manifestações do último domingo, 15, a favor de seu governo e contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Também afirma que o presidente cometeu crime contra a segurança nacional ao convocar a população a - segundo a peça - derrubar o Congresso; crime de responsabilidade ao atentar contra o decoro do cargo na ocasião das agressões contra as jornalistas Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo, Vera Magalhães, do jornal O Estado de S.Paulo; e crime contra a saúde pública - conforme antecipou a reportagem - ao ignorar a orientação de ficar em isolamento enquanto refazia os testes para o coronavírus e cumprimentar seus apoiadores durante a manifestação pró-governo.

O pedido também alega falta de impessoalidade na condução da vida pública. A peça pede que as jornalistas Campos Melo e Magalhães sejam arroladas como testemunhas. Também solicita ouvir além de o ex-deputado Alberto Fraga, que é próximo ao presidente, o deputado Nereu Crispim e o ministro da Saúde Henrique Mandetta.

"Juridicamente estamos muito bem amarrados, Bolsonaro cometeu vários crimes", afirmou em vídeo em seu perfil no Twitter. "Politicamente, estamos construindo esse momento e não importa partido, se você é de esquerda, de direita, de centro; não importa religião, cor, sexo. Não importa a sua opção sexual. O importante é que todos estejam juntos neste momento. Não é possívei mais que esse homem fique comandando a nação brasileira", completou.

Manifestante contumaz na época dos protestos contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Frota foi eleito deputado na esteira do Bolsonarismo. Em agosto, no entanto, foi expulso do PSL - a sigla que abrigou o presidente e seus aliados durante as eleições de 2018 - por frequentes críticas ao governo federal. Depois, Bolsonaro se desentendeu com o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, e também deixou a agremiação.

Outros pedidos

Outros dois pedidos de impeachment contra Bolsonaro foram protocolados na Câmara esta semana. O primeiro foi feito na terça-feira pelo deputado distrital Leandro Grass, da Rede, e alega alguns dos mesmos supostos crimes que a peça de Frota.

Depois, na quarta, alguns deputados do PSOL apresentaram um segundo pedido de impeachment, que conta com o endosso de intelectuais. Todos os três pedidos até agora classificam como crime de responsabilidade o chamamento que Bolsonaro fez para os atos anti-Congresso e anti-STF de domingo, 15.

A escolha de dar ou não seguimento a essas demandas cabe ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na segunda-feira, 16, quando foi procurado pelo jornal O Estado de S.Paulo para comentar sobre o pedido de impeachment iminente de Frota, o deputado informou que não iria se manifestar.

Em entrevista ao Valor, Maia deu a entender que o Congresso não deve se envolver com a iniciativa de um impeachment. O deputado disse ainda que tem a impressão que o próprio Bolsonaro está trabalhando para esticar a corda da tolerância rumo a um impedimento.

Recuo

Nesta quarta-feira, , 18, o presidente tentou negar, em coletiva, que houvesse convocado apoiadores para os atos a seu favor do último domingo.

"O povo, por sua livre espontânea vontade, decidiu ir às ruas", disse. "Não convoquei ninguém, não existe nem um áudio e nenhuma imagem minha convocando para o dia 15 de março. Existe um vídeo convocando para o dia 15 de março de 2015", alegou, sobre os atos pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

No entanto, foi um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, quem divulgou vídeo da convocatória no último dia 7, afirmando ser sobre as manifestações do último domingo.

"Presidente @jairbolsonaro se pronunciou agora pouco em Roraima sobre as manifestações de 15 de março", escreveu. O presidente também compartilhou um vídeo da mesma viagem a Roraima. Na agenda oficial, consta a ida do mandatário para Boa Vista naquele mesmo dia 7.

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