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Em SP, 1 em 5 moradores admite não votar por medo da Covid-19, diz Datafolha

A capital paulista foi um dos epicentros do coronavírus no Brasil e teve, até esta sexta-feira (25), 12.540 mortes causadas pela doença, segundo boletim da Secretaria Municipal de Saúde. Mais de 328 mil casos foram registrados na cidade desde fevereiro

Em SP, 1 em 5 moradores admite não votar por medo da Covid-19, diz Datafolha
Notícias ao Minuto Brasil

17:15 - 26/09/20 por Folhapress

Política Pesquisa,Datafolha

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Por medo de ser contaminado pelo coronavírus, 1 em cada 5 moradores da cidade de São Paulo diz que pode deixar de ir votar nas próximas eleições, de acordo com pesquisa Datafolha realizada nesta semana.


Os maiores índices estão entre as pessoas de 25 a 34 anos, com 27% que afirmam que podem não ir à votação, seguido pelos de 35 a 44 anos (26%). Os com mais de 60 anos, dentro do grupo de risco, são 17%, mesmo índice daqueles com idade de 45 a 59 anos.


A capital paulista foi um dos epicentros do coronavírus no Brasil e teve, até esta sexta-feira (25), 12.540 mortes causadas pela doença, segundo boletim da Secretaria Municipal de Saúde. Mais de 328 mil casos foram registrados na cidade desde fevereiro.


De acordo com o instituto, 34% dos eleitores afirmam que não se sentem nada seguros em sair para votar em 15 de novembro, data do primeiro turno, e 24% dizem se sentir muito seguros –42% indicam ter pouca segurança.


Dos eleitores de 45 a 59 anos, 40% dizem não haver nenhuma segurança, seguido dos de 35 a 44 anos, com 38%.


O Datafolha ouviu presencialmente 1.092 eleitores nos dias 21 e 22 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.


Os mais ricos são os que apresentam o menor índice dos que afirmam que podem deixar de votar por medo da pandemia, com 12% entre os que têm renda familiar mensal de mais de dez salários mínimos. A maior taxa está entre os que recebem até dois salários mínimos (24%).


Na divisão geográfica, as regiões central e oeste têm os menores índices de pessoas que podem deixar de ir à votação, com 15%. As zonas norte e leste têm 24%, e a sul, 20%.


Os eleitores que avaliaram o prefeito Bruno Covas (PSDB) como ruim/péssimo e como regular têm, respectivamente, 24% e 25% do grupo afirmando que podem não ir votar. O número cai para 13% na parcela dos que avaliam a gestão como ótima/boa.


O cenário é similar na divisão de avaliação do prefeito no combate à pandemia. Enquanto 15% dos que consideram a gestão da crise sanitária como ótima/boa podem deixar de ir à votação, 26% dos que avaliaram como regular e 25% dos que consideram como ruim/péssima dizem poder fazer o mesmo.


A pesquisa aponta diferença no medo de contaminação entre gêneros. O índice de homens que se sentem nada seguros é de 26%; entre mulheres o número sobe para 41%.


Na classificação por renda, os mais ricos são os que apresentam maior índice de muito seguros em comparecer à votação, com percentual de 43% entre os que ganham mais de dez salários mínimos. Já entre os com renda familiar de até dois salários mínimos, 19% dizem sentir o mesmo.


Considerando cor de pele, pretos e pardos têm os menores índices dos que se sentem muito seguros (20% e 21%, respectivamente), e os brancos têm a maior taxa (27%).


Em razão da pandemia, a Câmara dos Deputados aprovou, no início de julho, PEC (proposta de emenda à Constituição) que adiou as eleições de outubro para novembro.


O texto determina a realização do primeiro turno em 15 de novembro e do segundo turno no dia 29. As datas oficiais eram 4 e 25 de outubro.


Para as novas datas, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) elaborou um protocolo sanitário com especialistas para evitar a disseminação do vírus entre eleitores e mesários.


Entre as regras estão a obrigatoriedade do uso de máscaras e a proibição de quaisquer atividades que exijam a retirada do item, como ingerir alimentos e bebidas.


Os cerca de 95 mil locais de votação serão adaptados para manter distanciamento mínimo de um metro entre os eleitores com marcação no chão e, segundo o TSE, terão álcool em gel disponível para antes e depois da votação.


A Justiça Eleitoral também excluiu a identificação biométrica para diminuir o risco de contágio por contato com superfícies contaminadas e evitar a formação de filas e aglomerações, já que o protocolo pode ser demorado.


Sem a biometria, a confirmação da identidade do eleitor será feita mediante assinatura do caderno de votação –a Justiça Eleitoral recomenda que cada um tenha sua própria caneta.


Já o recebimento do comprovante de votação passará a ser facultativo, entregue só mediante solicitação, e, em vez de entregar o documento de identificação ao mesário e retirá-lo após a votação, o eleitor deve apenas exibir o documento oficial ou o e-Título pelo aplicativo, mantendo a distância permitida.


O protocolo sanitário também prevê a higienização constante de outras superfícies do espaço, como as mesas e cadeiras usadas pelos mesários, e o TSE também orienta que o horário das 7h às 10h seja preferencial para pessoas acima de 60 anos, um dos grupos considerados de risco para o coronavírus.


A pesquisa Datafolha também mostra que os moradores de São Paulo estão divididos sobre o peso da pandemia na decisão de voto para prefeito. Para 49% deles a crise sanitária influencia a escolha, enquanto para 48%, não.


Das respostas afirmativas, 33% apontam que a influência é grande, e 16% dizem que há alguma influência.


Entre as faixas etárias, enquanto 73% do grupo de 16 a 24 anos afirmam que a pandemia influencia na decisão do voto, na ala de 60 anos ou mais o índice é de 36%.


A pandemia tem menos peso no voto dos menos escolarizados, com 35% dos com ensino fundamental afirmando que há influência na definição do prefeito. A porcentagem sobe para 50% entre os com ensino médio e de 60% entre os com ensino superior.


Já na divisão por cor de pele, os pretos são o grupo com maior índice dos que afirmam que a crise sanitária influencia a decisão do voto (55%), seguidos pelos brancos (51%) e pelos pardos (45%).


A pesquisa foi encomendada pela Folha de S.Paulo e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo sob o número 06594/2020.

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