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MDB negocia acordo com Alcolumbre e pode abandonar Tebet na eleição do Senado

O MDB detém a maior bancada, com 15 senadores

MDB negocia acordo com Alcolumbre e pode abandonar Tebet na eleição do Senado
Notícias ao Minuto Brasil

06:04 - 28/01/21 por Folhapress

Política SENADO-PRESIDÊNCIA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A bancada do MDB sinalizou um acordo de composição de chapa com o DEM e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para a disputa pelo comando da Casa.

O partido pode inclusive abandonar sua candidata, Simone Tebet (MDB-MS). A senadora, por sua vez, garantiu que levará sua candidatura até o fim. A eleição será na próxima segunda-feira (1º).

A bancada do MDB se reuniu por quatro horas nesta quarta-feira (27), após uma grande ofensiva de Alcolumbre para que os emedebistas desistissem da candidatura. O atual presidente do Senado teria oferecido à sigla a vice-presidência da Casa, a segunda secretaria e duas comissões.

A proposta teria sido feita na noite de terça-feira (26), em uma conversa de Alcolumbre com o líder da bancada, Eduardo Braga (MDB-AM). Os dois e Tebet voltaram a conversar na manhã desta quarta, quando a senadora afirmou que seguirá candidata.

No entanto, cresceu entre os emedebistas a pressão pela desistência para que o partido possa obter melhores posições na futura Mesa Diretora. Senadores avaliam que Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato de Alcolumbre, já teria apoio suficiente para vencer a eleição.

Tebet contaria atualmente com o apoio de MDB, Podemos, Cidadania, PSB, parte do PSDB e alguns dissidentes de outras bancadas. Na melhor das hipóteses, teria 35 votos.

Enquanto isso, Pacheco já teria alcançado com folga os 41 votos necessários para vencer a disputa. Como a votação é secreta, no entanto, pode haver traições.

A reunião nesta quarta se destinou a avaliar o desempenho de Tebet até o momento, com muitos senadores emedebistas classificando como "frustrante" a falta de apoio.

"Quando fizemos isso [decisão da candidatura de Tebet, por aclamação], estávamos diante de algumas expectativas e de algumas premissas de apoiamentos de alguns partidos. Esses apoiamentos vieram, em parte, e em parte não se confirmaram", afirmou Braga após o encontro.

"A senadora reafirmou hoje [quarta] que é candidata. Ela compreende uma decisão que o partido venha a tomar, mas que ela manterá sua candidatura", acrescentou.

Braga vai se reunir novamente com Alcolumbre nesta quinta-feira (28) para tratar da composição de chapa. O líder da bancada afirmou que uma nova reunião pode ser convocada para decidir a posição do MDB.

O senador, no entanto, negou que esteja negociando cargos em troca da desistência. Afirmou ter sido procurado por Alcolumbre em busca de consenso. Os cargos mencionados na conversa seriam apenas as posições a que o partido teria direito, de acordo com a regra de proporcionalidade.

O MDB detém a maior bancada, com 15 senadores. Caso decidam trabalhar na composição de uma chapa com Pacheco, Braga disse que vai liberar a bancada para que votem como quiserem.

Tebet deixou a reunião aparentando irritação, respondendo a poucas questões dos jornalistas enquanto caminhava para a saída do Senado.

"Eu sou candidata, sou candidata até o fim", disse ela.

Indagada sobre se contava com o apoio do MDB, respondeu que a pergunta deveria ser direcionada a Braga. O líder, por sua vez, disse que não poderia garantir que a bancada ainda está apoiando Tebet, uma vez que ouviu posições em sentido contrário durante a reunião.

Essa é a segunda disputa seguida pelo comando do Senado com um conflito entre Tebet e caciques do MDB. Há dois anos, a senadora disputou internamente com Renan Calheiros (MDB-AL), que venceu o pleito interno após filiar senadores de última hora.

Tebet levou sua candidatura de maneira independente até o fim, só retirando-a no dia da votação. Articulou em benefício de Alcolumbre, que venceu a eleição final após Renan retirar a sua candidatura quando constatou que não teria votos suficientes.

Na eleição deste ano, o MDB havia pregado união e disse que teria candidatura única. A disputa começou com quatro pré-candidatos: Braga, Tebet e os líderes do governo no Congresso e no Senado, respectivamente Eduardo Gomes (TO) e Fernando Bezerra Coelho (PE).

Tebet saiu vencedora, após seus adversários não conseguirem obter apoio de outras bancadas.

A desistência da candidatura do MDB também era uma opção que agrada o Palácio do Planalto, para evitar possíveis ressentimentos e rebeliões dos emedebistas.

Poucos acreditam que o MDB pudesse virar oposição. No entanto, o partido poderia impor problemas com obstruções de pautas importantes em busca de agrados do Executivo.

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